O acordo assinado no ano passado entre a Web Summit, o Governo português e a Câmara Municipal de Lisboa previa a ampliação da FIL já para este ano, mas nada foi feito. Contudo, o CEO da conferência desdramatiza.
Em entrevista à Renascença, Paddy Cosgrave reconhece que teve de recusar a participação de 15 mil startups este ano. “Tentámos equilibrar a balança, não podemos aceitar todas, aceitámos algumas, mas acho que funciona.”
Apesar de as obras não terem avançado, Cosgrave garante que este ano vai haver mais área de exposição. “Nós temos muito mais espaço, quando as pessoas chegarem vão ver. Há uma tenda com mais de 22 mil metros quadrados. As pessoas vão ficar surpreendidas com as soluções criativas que encontrámos.”
Para financiar esta alternativa, a Câmara de Lisboa teve de pagar 4,7 milhões de euros, que Fernando Medina garantiu virem exclusivamente da taxa turística.
A maior conferência de tecnologia do mundo regressa a Lisboa na próxima semana, de 4 a 7 de novembro, sendo esperados 70 mil participantes, 11 mil CEO de empresas tecnológicas, 1.200 oradores de mais de 160 países.
A ampliação do espaço da Web Summit foi uma das garantias dadas à organização da conferência para ficar em Lisboa até 2028.
Apesar das falhas no cumprimento deste acordo, Paddy Cosgrave não coloca a hipótese de mudar de cidade. “Não, nem pensar. Nós vivemos num tempo em que os políticos e os empresários parece que fazem coisas extremas, mas temos de ser pragmáticos e práticos e há sempre soluções”, refere o CEO da Web Summit à Renascença.
A conferência arranca na próxima segunda-feira com Edward Snowden, o ex-administrador de sistemas informáticos da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA que revelou a existência de programas secretos de vigilância de cidadãos e de outros países.
Snowden vai participar na conferência por vídeoconferência, entrando em direto a partir da Rússia, onde está exilado desde 2013, para contar o que o motivou a revelar segredos do Estado norte-americano.
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