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Em ano de pandemia, o grupo Aldi Nord não suspendeu os planos de expansão. Abriu 10 novos super e deu início à construção de um centro logística na Moita, um investimento de 60 milhões e que vai criar cerca de 300 postos de trabalho.
“A entrada no ecommerce é uma hipótese em avaliação pelo grupo Aldi Nord. A nossa missão é oferecer às pessoas, onde quer que elas estejam e a qualquer altura, tudo o que precisam para o seu dia-a-dia, produtos de elevada qualidade a um preço acessível, de forma simples e rápida”, admite Ricardo Santos, diretor geral de marketing & comunicação da Aldi Portugal.
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“Para o próximo ano temos previstas 25 novas lojas, que prometem trazer muitas novidades aos clientes e emprego às comunidades locais”, adianta. “Vamos introduzir um conceito de loja diferenciador, de maneira a reforçarmos a nossa a presença nos centros urbanos e assim servir os clientes de forma mais conveniente e com um sortido adaptado à procura diária desses polos urbanos”, diz ainda.
Apesar da pandemia abriram até setembro mais 5% de lojas físicas face há um ano. Dado o cenário de fortes restrições que, até no mercado alimentar se tem assistido, como comenta?
A experiência da primeira vaga revelou a necessidade de adaptação e capacidade de resposta das marcas. Na altura do confinamento, em que todos estávamos a entrar em território inédito, percebemos que precisávamos ouvir e compreender o que os consumidores estavam a sentir e o que procuravam.
Os consumidores não estavam a pensar nas marcas, mas sim nas suas próprias vidas, que foram impactadas por uma crise sem precedentes, onde o receio era o denominador comum.
À medida que as medidas foram sendo menos restritivas, as pessoas ansiavam retomar alguma normalidade. A procura pelas lojas físicas, principalmente em determinados setores como o retalho, comércio alimentar e farmácias, manteve-se relativamente estável. No nosso caso, algumas categorias registaram, inclusivamente, um aumento de vendas, obviamente justificado pela necessidade que as pessoas tiveram de estar mais tempo em casa e, consequentemente, cozinhar as suas próprias refeições. O ajuste de processos, a capacidade de resposta rápida e a aposta no digital, foram medidas adotadas pela generalidade das marcas, para combater as quebras no consumo e para conseguirem comunicar de forma mais rápida e eficaz, às quais os consumidores reagiram positivamente.
A procura por produtos de primeira necessidade, através de canais online, aliada à demora nos processos de entregas, e mesmo o respetivo custo associado, contribuiu para a manutenção e abertura de espaços físicos que ofereçam aos consumidores de forma imediata, aquilo que procuram.
O retalho alimentar revela maior dinamismo, são 134 das 197 novas lojas. No vosso caso, há mais 8 lojas Aldi. Que investimento implicou? Quantos postos de trabalho foram criados?
Ao longo destes meses, e apesar de toda a incerteza, a força de vontade e a dedicação de todos os colaboradores e equipas da Aldi, tornou possível que não perdêssemos a perspetiva do longo prazo e que nos mantivéssemos firmes nas prioridades estratégicas definidas. Apesar da dureza dos tempos que vivemos, acreditamos que estamos, hoje, mais bem preparados do que há oito meses para lidar com as exigências da realidade de cada mercado e para continuar a crescer de forma sustentável.
Desta forma, mantivemos os nossos planos de expansão com a abertura de novas lojas em cidades que ainda não estávamos presentes, contribuindo assim, para a criação de novos postos de trabalho. Paralelamente, iniciámos também a construção do novo centro logístico na Moita, com um investimento previsto de 60 milhões de euros e criação de cerca de 300 postos de trabalho diretos e indiretos. Este ano, até à data, já abrimos 8 novas lojas e temos previstas mais duas aberturas até ao final de 2020, terminado assim o ano com 83 lojas em Portugal continental.
Quantas lojas contam abrir no próximo ano? Que investimento isso poderá implicar?
Um dos nossos principais objetivos, é o de triplicar o número de lojas no médio prazo, o que representa uma forte aposta, com vista a atingir novas geografias onde ainda não estamos presentes, mas também reforçar a nossa presença em cidades relevantes, onde já estamos representados. Encontramo-nos, neste momento, numa fase clara de aposta e investimento, com vista a fortalecer a nossa posição, quer em termos de superfícies de venda quer de estruturas de abastecimento, exemplo disso é o facto de estarmos à procura de uma localização a Norte, para a construção de um novo entreposto logístico, num investimento que se prevê rondar os 45 milhões de euros.
Para o próximo ano temos previstas 25 novas lojas, que prometem trazer muitas novidades aos clientes e emprego às comunidades locais. Ultrapassaremos, assim, no próximo ano uma centena de lojas. No entanto, temos de acompanhar a evolução da pandemia e da conjuntura provocada pela mesma. Assim, e caso se revele necessário, estamos em condições de adaptar o nosso plano de expansão.
Com o rendimento das famílias a encurtar, com o crescimento das compras online, considera que é um fenómeno a manter-se ou as cadeias vão retrair investimento?
Apesar das limitações sentidas, relativamente ao número de pessoas em loja, e mesmo agora com as restrições de horários ao fim-de-semana, a verdade é que o setor onde atuamos é um dos que tem mostrado maior estabilidade e capacidade de resposta, ao longo dos últimos meses. Na Aldi, e atendendo aos nossos resultados e desempenho em 2020, acreditamos que é uma tendência que se tende a manter.
Ao investirmos na expansão da nossa rede de lojas para novas localizações, ao mesmo tempo que procuramos incluir mais produtos de origem e produção nacional no nosso sortido, acabamos por reforçar a nossa presença e a assegurar a satisfação das necessidades dos nossos clientes.
Antes da pandemia a aposta era lojas alimentares urbanas – para servir consumidores em trânsito e turismo – que, com o covid-19 (e dada a limitação de número de pessoas por metro quadrado) terão potencialmente sido mais afetadas nas vendas. A pandemia poderá vir a mudar nas decisões de conceito de loja a abrir no futuro? Ou é esperar que a tempestade pandémica passe e é ‘business as usual’?
A definição geográfica das novas lojas tem sido baseada num forte critério de localização, de modo a servirmos, cada vez melhor, os clientes em termos de conveniência. A localização, os acessos, a visibilidade e a proximidade da população, são fatores determinantes na escolha de uma nova loja.
Um dos nossos principais objetivos, mesmo com a pandemia, é o de triplicar o número de lojas até 2025, com vista a atingir novas geografias onde ainda não estamos presentes, mas também reforçar a nossa presença em cidades relevantes, onde já estamos representados. Para além disto, vamos introduzir um conceito de loja diferenciador, de maneira a reforçarmos a nossa a presença nos centros urbanos e assim servir os clientes de forma mais conveniente e com um sortido adaptado à procura diária desses polos urbanos.
Na Aldi procuramos privilegiar os produtores nacionais em várias categorias, como na fruta e legumes ou na carne fresca que, neste caso já conta com mais de 90% de produtos de origem nacional
O online no alimentar tinha um peso residual. Avançar com loja online faz parte dos planos?
O setor do retalho é um mundo de opções e oportunidades. Os consumidores, hoje em dia, conseguem comprar tudo que precisam, a qualquer hora e a partir de qualquer lugar. Ao mantermos a Aldi e a sua essência Discount, estamos a focar-nos na simplicidade e no essencial em tudo que fazemos, sempre a pensar nos nossos consumidores.
A entrada no ecommerce é uma hipótese em avaliação pelo grupo Aldi Nord. A nossa missão é oferecer às pessoas, onde quer que elas estejam e a qualquer altura, tudo o que precisam para o seu dia-a-dia, produtos de elevada qualidade a um preço acessível, de forma simples e rápida. É aí que reside o que nós consideramos como a fórmula vencedora, a essência do retalho, tal e qual como ele nasceu, aliado à paixão pela excelência dos produtos e serviços.
Promoções e produtos de marca própria têm vindo a ganhar peso. De que modo a pandemia pode/tem alterado os padrões de consumo dos consumidores nacionais?
O nosso posicionamento assenta, sobretudo, na oferta de produtos de marcas exclusivas, de elevada qualidade e preços competitivos. Aquilo que nos distingue das outras cadeias é essencialmente a elevada qualidade dos produtos das nossas marcas, a variada oferta de produtos alimentares e não alimentares de stock limitado, disponíveis semanalmente, e a forte aposta que temos vindo a fazer em categorias como produtos frescos, biológicos, vegetarianos e vegan, sem glúten e sem lactose, que vão ao encontro das novas exigências dos consumidores e que proporcionam uma verdadeira experiência de descoberta
Desde a nossa chegada ao mercado português, que temos vindo a apostar na evolução e inovação do nosso sortido, que assenta na oferta de produtos frescos (fruta e legumes, peixe e carne fresca) e na gama de pão e pastelaria de elevada qualidade a preços acessíveis. Para corresponder às necessidades do mercado português, na Aldi procuramos privilegiar os produtores nacionais em várias categorias, como na fruta e legumes ou na carne fresca que, neste caso já conta com mais de 90% de produtos de origem nacional.
Reconhecemos que, em algumas categorias especificas, o consumidor português ainda não se sente confortável para consumir a marca própria da distribuição e, por esse facto, as marcas de fabricante continuam a marcar presença no nosso sortido. Contudo, aos poucos, os consumidores portugueses começam a ter contacto connosco, a visitar as nossas lojas e a experimentar os produtos das nossas marcas e, quando provam, recomendam, conforme nos dizem estudos que realizámos recentemente.
Os nossos clientes valorizam o equilíbrio que oferecemos entre produtos de elevada qualidade e preços competitivos. No entanto, a inovação é um fator crítico e um ponto importante em categorias que já têm uma perceção junto do consumidor positiva, mas é fundamental continuar a trazer propostas novas, que adicionem valor, tragam outros sabores e novas oportunidades de consumo. É importante inovar, porque isso traz dinâmica à marca, mas mais importante ainda, é trazer inovação de valor.
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