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O Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (Stama) acusou as acionistas da Groundforce, TAP e Pasogal, de terem um acordo que é “dúbio na sua legalidade”, numa altura em que os salários na empresa estão em atraso.
“Debaixo de um acordo dúbio na sua legalidade, só um acionista, a TAP, injetou dinheiro na SPdH SA “, lê-se num comunicado, que acusa a Pasogal, empresa de Alfredo Casimiro de não contribuir com “um único cêntimo para a estabilidade da SPdH/Groundforce, muito pelo contrário, retirou, tal como a TAP também o fez, todos os cêntimos que podia retirar, não salvaguardando a tesouraria da SPdH/Groundforce”.
Na sexta-feira, outro sindicado, o STTAMP (Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal) denunciou que os cerca de 2.400 trabalhadores da Groundforce estavam a ser informados pela empresa de que os salários de fevereiro não vão ser pagos nos próximos dias.
“É lamentável que esta situação não tenha sido transmitida às organizações representativas dos trabalhadores em comunicação prévia face a um cenário de tal gravidade”, sublinhou o sindicato em comunicado, salientando que não se vislumbra o pagamento dos salários nos próximos 15 dias.
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Na carta endereçada aos trabalhadores, e a que a Lusa teve acesso, o presidente do Conselho de Administração da Groundforce, Alfredo Casimiro, disse que a empresa não está em condições de pagar de momento os salários de fevereiro sem que esteja concluído o processo de empréstimo bancário.
O presidente da empresa diz que até agora a Groundforce tem conseguido sobreviver com o apoio da TAP, cumprindo as obrigações mínimas através de adiantamentos sobre serviços e a prestar no futuro.
No entanto, “o Conselho de Administração da TAP informou hoje não lhes ser possível conceder este auxílio que, acreditamos, seria o último antes da contratualização do empréstimo bancário com garantia de Estado”, refere Alfredo Casimiro na carta.
O Stama, por sua vez, diz mesmo que esta questão deve ser devidamente investigada “por quem de direito, no limite a Justiça”.
“A SPdH é uma empresa altamente viável por perdas sofridas pelos trabalhadores em 2012”, quando foi assinado um novo acordo de empresa, garante o sindicato, assegurando “que em matéria de gestão, os caminhos não foram os melhores, não é a sorver o máximo da energia de quem trabalha na operação que se vai buscar rentabilidade, nem a taxa de ocupação diária é sinónimo de tal”.
O sindicato diz ainda que os trabalhadores da Groundforce “estão a ser vítimas” de uma “batalha de acionistas”, acrescentando que “a empresa demonstrou que, e unicamente com o esforço dos trabalhadores, de mais ninguém, é uma empresa altamente viável e provavelmente apetecível, não podendo, portanto, ser um acionista falido a condenar cerca de 2.500 famílias, pelo seu bem-estar”.
Para o sindicato, a empresa de Alfredo Casimiro, acionista maioritário, deve “aceitar os termos que lhe forem propostos, mesmo que isso implique sair do capital da SPdH/Groundforce, onde aliás não deveria ter entrado nunca, face ao que agora se constata”, remata.
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