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A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) para reivindicar melhores salários rondava às 7:15 desta sexta-feira os 70 a 80%, disse à Lusa fonte sindical.
“Tal como nas nove greves anteriores, o balanço geral ronda os 70 a 80%. Mantêm-se mais ou menos os mesmos números”, disse à Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL).
João Casimiro disse ainda à Lusa que o sindicato foi contactado para uma reunião de urgência hoje com os representantes da empresa, aguardando ainda para saber a hora da sua realização.
A greve, a 10.ª desde julho do ano passado, convocada pelo SITRL, teve início s 03:00 desta sexta-feira e termina às 3:00 de sábado.
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Os trabalhadores estão também a cumprir uma greve ao trabalho extraordinário durante este mês para reivindicar melhorias salarial.
De acordo com o SITRL, os trabalhadores da RL reivindicam um aumento salarial para os 750 euros, de forma a “compensar a subida do salário mínimo”.
Atualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.
Além da questão salarial, o sindicalista alertou para o facto de estarem a sair cada vez mais motoristas da RL para outras empresas do setor que “pagam muito melhor” e para as dificuldades de recrutamento.
Na quinta-feira, a administração da RL apresentou uma proposta para negociação salarial, ainda insuficiente para as organizações sindicais.
Em comunicado, a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) indicou que as organizações sindicais receberam da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), em nome da administração da RL, uma proposta para negociação com vários pontos.
De acordo com o documento, para os trabalhadores da RL o vencimento base teria “um acréscimo de 25 euros em janeiro de 2022, mais um acréscimo de 20 euros em janeiro de 2023, um subsídio de agente único e integração total, passando a ser aplicado o regime ANTROP, em outubro de 2022”.
Para os trabalhadores abrangidos pelo contrato coletivo de trabalho (CCTV) da ANTROP, decorre um outro processo de negociação, para o qual os sindicatos ainda aguardam entrega de uma proposta.
“Da parte do STRUP/FECTRANS considera-se esta proposta insuficiente, mas regista-se a alteração de posição da administração da empresa, que passou a aceitar negociar a atualização dos salários destes trabalhadores, quando antes remetia isso para a negociação do CCTV setorial”, refere o comunicado.
Agora o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) irá apresentar uma contraproposta.
Em julho, a RL vai passar a integrar a recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa, que operará nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa.
Atualmente, a Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.
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