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A adesão dos portugueses ao jogo online não para de aumentar e esta tendência é visível no número crescente de jogadores e no aumento do volume de apostas. Na primeira metade deste ano, investiram mais de sete mil milhões de euros entre jogos de fortuna e azar e apostas desportivas nas 30 operações licenciadas no país. Este volume traduz um incremento de 36,1% ou mais de 1863 milhões de euros face a igual período do ano passado ((5152,6 milhões), segundo estatísticas divulgadas pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ). Os dados permitem concluir que a média diária de apostas atingiu os 38,7 milhões no primeiro semestre de 2023, uma subida homóloga de 36,3%.
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No final de junho, o SRIJ contabilizou mais de 3,82 milhões de registos de jogadores (uma mesma pessoa pode ter registos em diferentes plataformas), mais 612 mil num espaço de doze meses. Entre todos os inscritos, 22,8% têm entre 18 e 24 anos. Já o peso do grupo etário dos 25 aos 34 anos é de 35,6% e dos 35 aos 44 anos representa 22,4% do total. Segundo o regulador, quase 81% dos jogadores têm idade inferior a 45 anos.
Os dados indicam que Porto e Lisboa são os distritos com mais apostadores, seguindo-se outras áreas urbanas do país como Braga, Setúbal e Aveiro.
As estatísticas referentes ao período que medeia entre abril e junho deste ano dão conta que 39,3% dos apostadores investiram nas duas categorias de jogo licenciado (fortuna e azar e apostas desportivas à cota), 31,8% jogaram apenas em jogos de casino e 28,9% só apostaram em atividades desportivas à cota.
Esta tendência pelos jogos de casino é comprovada no volume de apostas. No primeiro semestre deste ano, os portugueses aplicaram 6216 milhões de euros a jogar slot machines, póquer, roleta, BlackJack, entre outros, um aumento de 38,8% face aos cerca de 4477 milhões registados em igual período de 2022. O dinheiro aplicado pelos portugueses nos casinos online vai preferencialmente para os jogos de máquinas, que representam mais de 80% do volume total de apostas. No ranking das preferências, segue-se – a larga distância -, a roleta francesa e o BlackJack/21.
As apostas desportivas à cota também apresentaram um crescimento significativo, embora mais modesto. Na primeira metade do exercício, captaram 799 milhões de euros dos bolsos dos portugueses, um incremento de 18,4% quando comparado com o primeiro semestre do ano transato (674,9 milhões).
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Estado arrecada 122,4 milhões
As 17 empresas que tinham no final de junho autorização para operar no jogo online em Portugal e são detentoras de 30 licenças (17 de jogo de fortuna e azar e 13 de apostas desportivas) obtiveram uma receita bruta total com a atividade de 402,4 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, um crescimento homólogo de 33%.
Para este incremento contribuiu o aumento do volume de apostas nas duas categorias de jogo online que têm luz verde do SRIJ para atuar no país, com especial destaque para os jogos de casino (quase 60% do total de receitas), mas também o aumento do número de operadores: entraram mais duas entidades no mercado e foram aprovadas mais quatro licenças face a junho de 2022. O SRIJ não divulga valores discriminados por entidades, o que invalida conhecer a realidade de cada operador.
As receitas brutas com a exploração de jogos de fortuna e azar na internet atingiram os 232,7 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma subida de 45,3% face ao período homólogo. Por seu turno, os proveitos das apostas desportivas cresceram 19,2% para 169,7 milhões de euros. Refira-se que as receitas brutas são o resultado da diferença entre o total das apostas e o valor atribuído em prémios. Este disparar da atividade gerou para o Estado português receitas de 122,4 milhões de euros devidas pelo Imposto Especial de Jogo Online, um aumento de 29,3%.
Mesmo com o incremento do número de empresas autorizadas (e de licenças) a operar no mercado de jogo online português, a atividade ilegal continua resiliente. Segundo o SRIJ, desde a entrada em vigor do Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online, a 29 de junho de 2015, e até 30 de junho deste ano, foram enviadas 1149 notificações a operadores ilegais para encerrarem o negócio em Portugal (25 entre abril e junho deste ano) e foi solicitado aos prestadores intermediários de serviços em rede o bloqueio de 1506 sites na internet por prática ilegal de jogo (65 no segundo trimestre).
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