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É mais um sinal dos efeitos da pandemia. O número de passageiros que chegou ou partiu dos aeroportos nacionais caiu a pique no mês de setembro. Os dados do INE, divulgados esta terça-feira, indicam que pelas infraestruturas aeroportuárias nacionais passaram 1,9 milhões de passageiros, o que reflete uma quebra de 69% face ao mesmo mês do ano passado. Quando comparado com agosto, o decréscimo é menor, ainda assim, elevado: 65,9%. A maioria dos passageiros aterrou no aeroporto de Lisboa.
Em setembro, aterraram nos aeroportos 10,8 mil aeronaves em voos comerciais, uma quebra de 50% face aos 21,7 mil registados no período homólogo. Numa altura em que os voos para fora da Europa são residuais, o maior número de passageiros desembarcados tinha como país de origem França, seguido do Reino Unido e Alemanha. O mesmo aconteceu com os países de destino dos voos.
“Entre 21 de agosto e 10 de setembro, período em que o Reino Unido incluiu Portugal na lista de países seguros para viajar, verificou-se uma menor redução do número de passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais em voos provenientes do Reino Unido (-53,5%), quando comparada com a registada no acumulado dos restantes dias dos meses de agosto e setembro (-80,2%)”, acrescenta o INE.
Estes dados do INE, relativamente ao número de passageiros, surgem depois de a NAV – empresa pública que gere o tráfego aéreo nacional – ter divulgado que, em setembro, geriu 29,4 mil voos, o que manifesta uma inversão da tendência de recuperação registada anteriormente. “A inflexão da tendência de recuperação em setembro não se fez apenas sentir nos céus sob responsabilidade portuguesa, tendo mesmo sido uma constante na evolução do tráfego em toda a rede EUROCONTROL, o que levou a revisões em baixa das perspetivas para os próximos meses, pois o recente agravamento do total de casos e a eventual imposição ou reimposição de medidas de contenção por parte dos Estados continuarão a penalizar o tráfego aéreo, além de outras atividades sociais e económicas”, esclarecia a NAV em meados de outubro.
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Já o movimento de carga e correio foi de 12,4 mil toneladas, menos quase 30% face a setembro de 2019, quando foram movimentados 17,6 mil toneladas, de acordo com o gabinete de estatística.
Nove meses com quebra de 67% no número de passageiros
Os primeiros nove meses mostram uma queda face ao mesmo período do ano passado, reflexo dos efeitos da pandemia. Os números do INE indicam que aterraram nos aeroportos nacionais 77,7 mil aviões em voos comerciais, menos 55,9% face ao mesmo período homólogo. Durante estes três trimestres, foram movimentados 15,3 milhões de passageiros, uma queda de 67,3%.
O aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, foi responsável pelo movimento de 7,8 milhões de pessoas, ou seja, 51% do total de passageiros transportados em 2020. Ainda assim, e dado que em 2019 a infraestrutura aeroportuária estava no limite da sua capacidade – tendo recusado novos voos/ligações por não ter capacidade -, o aeroporto de Lisboa teve uma queda de 67,3% no número de passageiros transportados. “Considerando os três aeroportos com maior tráfego de passageiros, o aeroporto do Faro foi o que evidenciou maior decréscimo do número de passageiros movimentados entre janeiro e setembro de 2020 (-75,4%)”.
No que diz respeito à movimentação de cargo, nos três trimestres de 2020 foram movimentadas 103,5 mil toneladas de carga e correio, menos 31,8% em comparação com os primeiros nove meses de 2019. O movimento de mercadorias no aeroporto de Lisboa representou 65,0% do total, atingindo 67,2 mil toneladas.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h43)
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