//AHRESP admite que muitas empresas equacionam não voltar a abrir portas

AHRESP admite que muitas empresas equacionam não voltar a abrir portas

O setor do turismo, e todas as atividades associadas, sofreram em março uma travagem a fundo. A pandemia do novo coronavírus traduziu-se para muitas destas atividades num encerramento de portas e uma inexistência de receitas. As perspetivas para o futuro, de acordo com as conclusões preliminares de um inquérito lançado pela AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) aos seus associados, não são muito animadoras.

“Ontem lançámos um novo inquérito aos nossos empresários para perceber qual o Estado da Arte. Hoje já temos quase duas mil respostas porque as pessoas estão preocupadas e aderiram de imediato. O inquérito ainda não está fechado mas os dados que já temos, neste momento, [mostram] que 75% das nossas empresas estão encerradas – não são só de restauração mas também alojamento – e cerca de 58% não tem previsão para abrir”, disse esta manhã Ana Jacinto, Secretária-Geral da AHRESP, na Web Conferência: “O impacto do COVID-19 no Turismo e Hotelaria”.

A responsável salienta assim que muitos “equacionam fechar” as portas até porque “não têm capacidade para se endividarem”. Ou seja, não têm capacidade para recorrer às linhas de crédito que o Governo lançou, algumas das quais se aplicam ao setor do turismo.

Ana Jacinto explicou ainda que a linha de apoio do Turismo de Portugal, com uma dotação de 60 milhões de euros e que é apoiar as microempresas do setor, foi o mecanismo que deu algum oxigénio a algumas empresas para cumprirem as suas responsabilidades com os trabalhadores.

“A única linha que deu algum alento e que permitiu às empresas liquidar os vencimentos de março foi a linha de apoio do Turismo de Portugal, que é um apoio direto à tesouraria. [É um apoio] simples, com um formulário simples, mas mesmo aí a AHRESP teve de fazer dezenas de candidaturas porque os empresários não conseguiam”, disse.

A responsável não esconde que as microempresas do setor enfrentam assim sérias dificuldades e a viabilidade de cada uma das empresas tem de ser aferida caso a caso. “Criámos um gabinete de crise para dar apoio aos associados. Procuramos sempre soluções que evitem fechar as portas e não abrir mais mas temos de avaliar caso a caso porque em algumas circunstâncias vai ser muito difícil terem capacidade para depois, com estes encargos estranguladores” conseguires ser viáveis “sabendo nós que a retoma vai ser lenta e complicada”.

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