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Especializada na pintura e montagem de bicicletas, a AJMaias, de Anadia, tem na Decathlon o seu único cliente. A exclusividade da relação não preocupa Luís Santiago, presidente da empresa. “É um risco controlado, que assumimos já lá vão 20 anos. A Decathlon será sempre um dos maiores vendedores de bicicletas na Europa e nós, desde que continuemos a fabricar bem, a tempo e horas, com boa qualidade e preço, sabemos que o cliente continuará a apostar em nós”, frisa.
E neste “casamento” de duas décadas para abastecer as lojas da multinacional francesa em Portugal, Espanha, França e Itália, a relação “tem sido ótima”, mesmo com crises pelo meio. “Se as lojas venderem muito, produzimos muito, se não, reflete-se logo nas fábricas”, reconhece Luís Santiago. Mas o momento é de alta, até porque a pandemia fez disparar a procura por bicicletas em toda a Europa, inclusive quando as lojas estiveram fechadas e as fábricas sem produzir. O que obrigou, no regresso, a aumentar a capacidade de resposta, com a instalação de novas linhas de montagem e a contratação de mais trabalhadores.
“Desde maio já contratámos cerca de 100 pessoas e hoje já somos 360 trabalhadores. Antes da pandemia tínhamos três linhas de montagem e estávamos a planear instalar uma quarta. Agora, já temos a quinta linha operacional e o cliente já nos está a pedir que avancemos com mais uma”, diz o empresário, que resiste a este “crescimento muito rápido”, até porque fabrica aros e rodas, “e essa é uma área que tem de aumentar em consonância”.
E, por isso, em ano de pandemia, a AJMaias investiu fortemente. Cerca de cinco a seis milhões de euros, estima Luís Santiago, embora admita que parte destes investimentos “estavam já pensados antes da pandemia”. E 2020 foi também ano de mudança de instalações, para uma fábrica “comprada e remodelada”, com o dobro da área da anterior. E que “já está a ficar pequena”. Das cinco linhas de montagem operacionais na unidade de Anadia, quatro estão a trabalhar no segmento elétrico, com a empresa a ser o principal fabricante da Decathlon neste tipo de produto, desde que, em 2018, a marca decidiu transferir para a Europa a quase totalidade da produção que fazia na Ásia.
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“O mercado está a exigir cada vez mais bicicletas elétricas”, diz Luís Santiago, que olha o futuro “com alguma segurança”. Apesar da pandemia, a AJMaias admite fechar o ano com vendas ao nível dos 8,7 milhões obtidos em 2019, ou até, com um ligeiro crescimento. “Foi um ano bom”, frisa.
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