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Marca centenária especializada em mobiliário urbano e equipamentos de aquecimento a lenha, a Alba está apostada em renascer através do comércio online, com o qual espera chegar aos mercados do centro e norte da Europa, mas também aos Estados Unidos e Canadá. O objetivo, para 2023, está já traçado e prevê a duplicação de vendas.
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Fundada em 1921 por Augusto Martins Pereira, a Fundação Albergariense, em referência à cidade em que foi instalada, Albergaria-a-Velha, tornou-se, em poucos anos, líder em vários segmentos de produtos, desde as tampas de saneamento às bocas de incêndio, passando pelo mobiliário urbano e pela iluminação. Grande parte dos tradicionais bancos de jardim que ainda hoje se vê pelo país foram desenhados e criados pelo empreendedor, que tinha ainda um elevado sentido de responsabilidade social – o que o levou a construir hospitais, cineteatros, um lar de terceira idade, uma banda de música e até um clube de futebol, o Sport Clube Alba, que ainda hoje existe.
A metalúrgica viria a falir em 2000 e o bisneto do fundador, Pedro Martins Pereira, comprou a marca, inicialmente em parceria com o grupo Durit – metalúrgica especializada em ferramentas de precisão e componentes de engenharia -, assumindo mais tarde o relançamento da Alba em nome individual. “Tentámos, durante dez anos, recuperar a empresa, mais foi difícil, porque estava muito antiquada. Comprei a marca, dividimos os operários entre as duas empresas e ninguém foi para o desemprego. Foi a forma de uma história bonita não acabar mal”, conta Pedro Martins Pereira, que detém ainda a Larus, empresa que se dedica à produção de mobiliário urbano para entidades públicas.
Já a Alba está mais vocacionada para o cliente privado e estrategicamente focou-se em áreas como os equipamentos de aquecimento a lenha, trabalhando com autores reconhecidos. O arquiteto Souto de Moura desenhou um recuperador de calor e o designer Francisco Providência uma salamandra, produtos que podem ser encontrados na nova loja online da marca, a par dos míticos bancos Alba, em réguas de madeira coloridas, vistos em praças e jardins de todo o país. Além disso, a empresa está a apostar nos fire pits, peças em aço corten utilizadas para aquecimento no exterior, mas também para fazer grelhados, sempre a lenha, promovendo o convívio ao ar livre.
A nova loja online, fruto de um pequeno investimento inicial na ordem dos 15 mil euros, a que se juntam os gastos mensais com a sua promoção, foi a forma encontrada para dar a conhecer os produtos Alba. Nesta fase inicial, só no mercado interno, para testar o conceito e afinar a estratégia, sendo que, a partir de meados do próximo ano, as vendas online vão alargar-se aos mercados internacionais.
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“Nos últimos 20 anos a Alba tem sido vendida quase só cá dentro e com valores reduzidos, na ordem dos 300 a 400 mil euros. Estamos a reformular o que deve ser a Alba e este é um esforço quase de renascimento. Tenho alguma dificuldade em estabelecer metas, mas admito que, em 2023, possamos duplicar vendas e que isso possa servir de trampolim para o futuro”, diz Pedro Martins Pereira. O empresário está confiante que, no futuro, os mercados externos venham a assumir um “grande peso” nas vendas da empresa.
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