//Alentejo Marmòris dá vida à pedra nobre de Vila Viçosa

Alentejo Marmòris dá vida à pedra nobre de Vila Viçosa

O Alentejo Marmòris Hotel & Spa, prestes a fazer dez anos de existência, nasceu da vontade de Manuel e Maria Ana Alves de assegurarem o futuro das filhas. E do amor pelo mármore, a pedra nobre de Vila Viçosa. E foi desta forma que, em 2011, começaram a construção daquele que seria o primeiro hotel da empresa e que implicou um investimento de cerca de 8 milhões de euros – com 700 mil euros de apoio do QREN.

Mas comecemos pelo início. Sim, porque o hotel não é o início da história desta família. Na verdade, tudo começa com a comercialização e transformação, e mais tarde, também com a extração de mármore. O negócio corria (muito) bem, mas o casal queria assegurar o futuro das duas filhas. Mesmo porque, como lembra Suzete Alves, diretora do Alentejo Marmòris Hotel & Spa, trata-se de um negócio muito masculino e duro.

E, desta forma, os proprietários da Jardimagestic entraram num novo negócio: o da hotelaria. A ideia inicial, apesar de o negócio do mármore estar em Vila Viçosa, foi a de usar uma propriedade que tinham em Sintra. Dificuldades burocráticas, a par da compra de um antigo lagar de azeite mudaram o que parecia ser um destino certo.

Como refere Susete Alves, a compra, o projeto e construção do hotel em Via Viçosa demorou muito menos tempo que o licenciamento do hotel em Sintra. “Estavam os dois a decorrer ao mesmo tempo. Era ver o que ocorria primeiro”, acrescenta, apontando que, na altura, estando no liceu, decidiu enveredar pela área da hotelaria. “Casaram um pouco as vontades”, constata.

O hotel está localizado num antigo lagar de azeite, um edifício que, aquando da compra, já se encontrava bastante degradado. A construção demorou quatro anos. A demora deveu-se, em grande medida, devido à decisão de ter um spa e uma garagem. Toda a operação poderia ter decorrido de forma mais simples e rápida não fossem essas duas áreas. Porquê? Porque aquando da escavação e preparação das fundações se encontrou muita pedra no caminho. Literalmente. “Extrair pedra é muito mais complicado do que extrair solo”, aponta a diretora, adiantando que demoraram um ano só para a escavação do piso -1. A explicação é simples. A pedreira da família não podia parar e a maquinaria que que estavam a utilizar para escavar o piso -1 era a maquinaria da pedreira.

A ideia foi sempre a de utilizar o hotel quase como que um mostruário do mármore. Uma decisão que não só seguia o que já era uma tendência – os hotéis temáticos – como ajudava, em termos de custo, porque a pedreira da família facultava a matéria-prima e ajudava ainda a “vender” a localidade, Vila Viçosa.