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A Altri e a sua participada Greenvolt chegaram a acordo com a V-R Europe para uma operação que pode chegar aos 70 milhões de euros e que deverá envolver um aumento de capital, de acordo com um comunicado.
Na nota, as empresas portuguesas adiantaram que “celebraram, hoje, com a V-R Europe um Memorando de Entendimento [MoU] com natureza não vinculativa que materializará a internacionalização da companhia portuguesa de energias renováveis, como já havia sido anunciado ao mercado”.
“No âmbito deste acordo, perspetivam as partes, que a V-R Europe venha a realizar na Greenvolt, em simultâneo com o respetivo IPO [oferta pública inicial, em inglês], em termos ainda a definir, um aumento de capital social que poderá decorrer na modalidade de entradas em espécie, constituído pela totalidade das ações representativas do capital social e dos direitos de voto da sua subsidiária V-Ridium Power Group”.
Esta operação deverá ocorrer “por um preço de subscrição correspondente ao preço máximo do intervalo a ser estabelecido no âmbito da operação IPO da Greenvolt, e com base numa avaliação da V-Ridium correspondente a 56 milhões de euros, ao qual poderão acrescer 14 milhões de euros mediante o cumprimento de objetivos a definir”, ou seja, 70 milhões de euros.
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De acordo com o comunicado, a V-Ridium “é uma sociedade que opera no setor das energias renováveis com uma abrangência pan-europeia, sendo um “player” de referência neste setor e que tem em ‘pipeline’ projetos eólicos e solares, maioritariamente na Polónia e na Grécia, com cerca de 2.800 MW [megawatts] dos quais, mais de 1.500 MW, se encontram em fase adiantada de desenvolvimento”.
Com a realização da subscrição, a Greenvolt “passará a deter a totalidade do capital social e direitos de voto da V-Ridium, passando por sua vez a V-R Europe a ser titular de uma participação qualificada no capital social da Greenvolt, em percentagem determinável no IPO, contribuindo assim para maior dispersão do mesmo”, explicaram ainda as empresas.
A Altri esclareceu que, “dada a natureza não vinculativa do MoU e as condições suspensivas a que a operação se encontra sujeita, não existe ainda certeza quanto à concretização desta projetada operação”, sendo que este anúncio tem como objetivo “informar desde já o mercado da possibilidade de, em simultâneo e no contexto do IPO, uma participação qualificada representativa do capital social e dos direitos de voto da Greenvolt poder vir a ser detida por um acionista predeterminado, a V-R Europe, em consequência da possível concretização desta operação”.
Esta operação, caso se concretize, “ficará sempre sujeita à verificação de um conjunto de condições precedentes habituais em operações desta natureza, tais como a realização satisfatória de uma “due diligence” confirmativa, a negociação e celebração dos inerentes acordos transacionais, a obtenção das autorizações regulatórias aplicáveis e ainda a avaliação das entradas por um revisor oficial de contas independente”.
A V-R Europe garantiu, no MoU, exclusividade com a Altri e Greenvolt nas negociações com vista à conclusão desta transação, até 31 de outubro de 2021.
Esta operação “enquadra-se no ambicioso projeto de expansão nacional e internacional da Greenvolt e constitui mais uma etapa no processo de afirmação da sociedade como um “player” de referência, a nível internacional, no mercado das energias renováveis, contribuindo, em especial, no contexto da sua estratégia de crescimento, para a expansão do seu negócio nos setores das energias eólica e fotovoltaica no contexto europeu”, segundo o comunicado.
No dia 18 de março, a Altri anunciou que estava a estudar a admissão à bolsa da Greenvolt, que terá o ex-presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, como presidente executivo.
A Greenvolt “tem atualmente em funcionamento cinco centrais de produção de energia termoelétrica a partir de biomassa florestal, com cerca de 97 MW de potência instalada”, referiu a Altri, num comunicado, salientando que a criação da empresa permite ao grupo “consolidar a sua estratégia de integração entre a fileira florestal produtora de biomassa e a produção de energia a partir deste recurso renovável”.
Sobre João Manso Neto, a Altri sublinha que o gestor “tem um percurso profissional com mais 30 anos de relevante experiência de liderança e gestão global de negócios complexos, relacionados, em especial, com o setor energético, tendo desempenhado cargos de administração geral, estratégia e desenvolvimento de negócios”.
A Altri adiantou que a Greenvolt celebrou um contrato de consultadoria com a Lazard Asesores Finacieros SA e Lazard Frères Banque SA, assim como que foi mandatada a Vieira de Almeida & Associados, “para estudar a possibilidade de admissão de realizar uma operação que, sujeita às condições de mercado […], poderá culminar na admissão à negociação da totalidade das ações representativas do capital social da Greenvolt no mercado regulamentado Euronext Lisbon”.
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