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Criada mesmo antes da pandemia, em 2019, a plataforma Portugal Nosso, com sede no Porto, é uma montra de produtos e serviços nacionais de nicho, mas com a possibilidade de as compras feitas através dela poderem ser pagas em criptomoedas, uma opção em vigor há um mês, que permite à startup reivindicar pioneirismo nesta solução.
Segundo o fundador e proprietário, Pedro Silva Baptista, são mais de mil referências disponíveis no site, distribuídas por produtos de mercearia e vinhos, incluindo versões vegan e biológicas, e mais recentemente, artigos de decoração para casa, têxteis-lar e livros, sobretudo de gastronomia.
As múltiplas referências têm em comum o facto de serem produzidas em Portugal, sobretudo, por pequenos produtores, daí a presença de produtos mais raros no mercado, como azeite em pó ou chá de vinho do Porto.
Mas se o cliente pretender um chef em casa por um dia, para um aniversário, por exemplo, ou precise de organizar uma festa ou até um showcooking para os amigos, ou ainda, se quiser criar uma garrafeira pode contratar esse tipo de serviço através da plataforma, contando com equipas especializadas, nas quais se incluem enólogos.
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As entregas são feitas em dois a quatro dias úteis, em Portugal e na Europa, mas os preços diferem em função do peso e do local da entrega. O pagamento pode, então, ser feito em criptomoedas (bitcoin, ethereum, avalanche, entre outras), mas também se aceita o Multibanco e o cartão de crédito.
O objetivo é “contribuir para a democratização dos produtos nacionais de excelência”, não só através de preços que Pedro Baptista considera “bastante competitivos”, mas também através da possibilidade de serem pagos em criptomoedas, para quem assim o desejar.
“Esta “Amazon da saudade” faz a ponte entre o amor de quem faz e o prazer de quem prova” – assim descreve o empresário – para acentuar que apostou em referências “que fazem sentido na gastronomia nacional, no contexto da dieta mediterrânica”.
Pedro Baptista, 32 anos, é natural de Cabo Verde, mas vive em Portugal há 12 anos e já tem nacionalidade portuguesa. Depois de uma licenciatura no Porto em Relações Comerciais e Internacionais, fez o mestrado em Negócios Internacionais na Universidade do Minho e é lá que prepara o doutoramento. Em 2019, considerou que estava na altura de “fazer algo mais útil pela sociedade”, para não ficar apenas pela academia.
Além do capital próprio, a startup obteve também financiamento no âmbito de um programa de incentivo a jovens, para um investimento na ordem dos cem mil euros.
Neste momento, a Portugal Nosso dá emprego a três pessoas em permanência, tendo em conta que as atividades de transporte, contabilidade e marketing são executadas em regime de outsourcing, envolvendo no total cerca de dez colaboradores.
“Optei por uma forma híbrida de gestão para melhor responder às exigências atuais do mercado”, explica o empresário, reconhecendo que a pandemia, tendo chegado pouco depois de a empresa ter sido criada, “veio dar razão à existência do projeto e mostrar que fazia sentido”. Depois, “houve que alargar a oferta, mudar a loja [online] e responder ao que o mercado queria”, completa Pedro Baptista.
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