//Anacom: “Não há rigorosamente nenhum atraso no 5G”

Anacom: “Não há rigorosamente nenhum atraso no 5G”

“Atraso quase irreparável”, “risco de oportunidade perdida”, “demora na Anacom”. As chamadas de atenção para os atrasos no arranque do 5G têm-se sucedido, quer da parte do setor quer do governo, mas o regulador não vê problema. E Cadete de Matos nega mesmo que haja atrasos.

Três operadores a uma voz: regulador é obstáculo ao 5G

As críticas das operadoras sobre eventuais atrasos no processo de implementação da quinta geração móvel (5G) em Portugal “não têm base nem fundamento”, afirmou esta tarde o presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), em Odivelas, onde se iniciou um teste-piloto para o processo de migração da Televisão Digital Terrestre (TDT) no emissor Odivelas Centro, em Lisboa, parte fundamental para a implementação do 5G em Portugal.

A resposta do responsável da ANACOM surge depois de, na terça-feira, o presidente da Altice ter dito que existem atrasos quase irreparáveis” na implementação do 5G em Portugal, acusando a entidade reguladora de inação. (leia aqui)

“Essas afirmações quando são feitas para não serem afirmações gratuitas e que ninguém entende tinham que ser demonstradas e sustentáveis. Não têm sido e são apenas afirmações sem conteúdo, sem base e sem fundamento”, garante o presidente da Anacom. João Cadete de Matos garantiu que “não há rigorosamente atraso nenhum” e que o calendário que está a ser cumprido é aquele que foi aprovado pelo governo e assumido por vários países.

“No caso dessa afirmação do responsável da Altice ela ainda é menos compreensível quando essa empresa defendeu há um ano que devia existir um adiamento nessa mudança. Nós não o quisemos fazer porque queríamos que Portugal estivesse na linha da frente para a mudança para o 5G”, apontou.

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O presidente da Anacom prosseguiu as críticas dizendo que a Altice pretendia ter a responsabilidade de call center, mas que a entidade reguladora entendeu que deveria ser ela a assumir a operacionalidade desse serviço de apoio aos clientes. “É certo que a Altice propôs ter uma receita por esse call center de vários milhões de euros e que a Anacom o vai gerir por uma verba de cerca de 600 mil euros”, apontou. João Cadete de Matos disse ainda que a Altice propôs que o processo de migração da TDT fosse feito ao longo de mais tempo, com uma transmissão em simultâneo, mas, segundo o responsável da Anacom, essa alternativa poderia custar mais de 20 milhões de euros, sendo que da forma como está a decorrer o custo estimado é de 1,5 milhões.

“Tudo isto que eu disse é verdade, mas eu acredito que isso nada tem a ver com essas críticas da Altice. A Anacom só tem como interesse defender o interesse público”, concluiu.

Impacto do 5G pode chegar a 3,6 mil milhões. Leia aqui

Apesar de, em setembro, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações ter afirmado que “a Anacom está a demorar em promover a consulta pública sobre a atribuição do 5G” e que “tem havido entendimentos diferentes”, ontem Alberto Souto de Miranda assegurou que não existem atrasos em relação ao processo de implementação do 5G em Portugal. “Portugal do ponto de vista prático não está atrasado e o calendário europeu vai ser respeitado”, assegurou.

Questionado sobre a troca de acusações entre a Altice e a Anacom, o governante disse ser “normal existirem diferendos entre operadores e reguladores”, mas que o governo “tem esperança de que o ambiente se normalize e a tranquilidade impere”.

Se hoje o ecrã do seu televisor ligado à TDT ficar a negro saiba porquê

Pelas 15:30 de hoje todos os utilizadores de TDT abrangidos pelo emissor de Odivelas ficaram com os seus ecrãs de televisão negros, tendo agora que sintonizar os seus equipamentos para uma nova frequência. O momento foi assinalado no salão nobre da Câmara Municipal de Odivelas, numa cerimónia em que participaram o presidente da Anacom, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações e o presidente do município, Hugo Martins (PS). Com Lusa

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