//Anacom prepara estudos sobre preços e qualidade da rede móvel

Anacom prepara estudos sobre preços e qualidade da rede móvel

A Anacom está a preparar um estudo sobre os preços das telecomunicações em Portugal e com um comparativo internacional e está a medir, região a região, a qualidade do serviço móvel de voz e dados dos operadores, revelou João Cadete Matos, presidente do regulador, esta quinta-feira num encontro com jornalistas.

A Anacom tem alertado para os preços de telecomunicações em Portugal, acima da média europeia, de acordo com os estudos da Eurostat, tendo João Cadete Matos defendido, em novembro, uma descida de preços. “Importa criar condições para que se inverta a disparidade observada ao longo da última década face à trajetória observada na União Europeia (em Portugal os preços das telecomunicações aumentaram 12,5%, o que corresponde ao maior aumento observado nesse período nos países da União Europeia e compara com uma redução de 10,9% observada na União Europeia)”, disse o responsável no congresso da APDC.

Uma visão contrariada pelos operadores. A Apritel, a associação que representa o sector, apresentou um estudo que indica que nas ofertas mais usadas pelos consumidores nacionais Portugal tem dos preços mais baixos quando comparados com ofertas com as mesmas características de 10 países europeus. O consumidor nacional paga um valor 20 a 34% mais baixo nos pacotes de 4P e 3P, os mais usados. Mais baixo só mesmo a França.

A conclusão do estudo da associação é “díspar” face aos dados que têm sido avançados, comenta João Cadete Matos, quando questionado sobre se está convencido dos resultados do estudo da Apritel. O estudo da Anacom está “na fase final” e o presidente do organismo regulador admite que as conclusões possam ser conhecidas ainda “este mês”.

Em breve está igualmente prevista a divulgação de um estudo sobre a qualidade do serviço móvel, tanto ao nível de voz como de dados. O estudo, cuja “metodologia foi discutida com os operadores”, foi realizado em todas as regiões do país. Os primeiros resultados a serem conhecidos incidem sobre o Alentejo. O estudo poderá servir de base para alguma intervenção regulatória para “melhorar a situação”.

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