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“Bem-vindos a Lisboa, bem-vindos a Portugal, bem-vindos à Web Summit”, foi assim que António Costa Silva começou a sua intervenção na sessão de abertura da cimeira tecnológica, que arrancou esta segunda-feira na capital portuguesa. O ministro da Economia e do Mar defendeu que os “problemas do mundo hoje podem ser resolvidos apenas com inovação, com tecnologia” e que a Web Summit “é uma plataforma fantástica para conectar pessoas e ideias que estão a mudar o mundo”.
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Mas foi nas alterações climáticas que o ainda ministro se quis focar, lembrando que “estamos debaixo de uma ameaça existencial com a deterioração do sistema climático da Terra”. “O problema mais crítico está relacionado com o hemisfério Norte, em que 25% da superfície é coberta pelo permafrost [solo que passa todo o ano congelado], que é um solo que contém 1,5 triliões de toneladas de carbono orgânico, o dobro do que temos hoje na atmosfera”, elencou. Se este carbono for libertado pelo aquecimento global, “podemos estar numa situação muito difícil no futuro”, alertou ainda.
Costa Silva não tem dúvidas de que a inteligência artificial (IA), que será um dos pontos centrais de debate durante a Web Summit, será um elemento fundamental na resolução de muitos dos problemas enfrentados pela humanidade. “A IA será a eletricidade do século XXI e terá o papel que a eletricidade teve a mudar e a moldar os diferentes segmentos da economia”, acredita.
O ministro disse ainda que se a civilização souber utilizar a IA, a tecnologia quântica ou a industrialização do machine learning, conseguirá endereçar estes desafios de forma mais eficaz.
“Temos de conter a ameaça climática fazendo o que estamos a fazer em Portugal, mudando o nosso mix energético. Temos um cluster de energias renováveis que está cada vez mais forte – 60% da eletricidade que usamos neste país vem hoje das renováveis e vamos atingir 80% nos próximos três, quatro anos”, assegurou, referindo-se à meta definida pelo Governo para 2026.
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Tendo em conta que as cidades cobrem apenas 2% da superfície terrestre, mas que é ali que se concentra 55% da população mundial, responsável pelo consumo de 75% da energia e por 80% das emissões de CO2, é preciso “mudar o paradigma das cidades”. “Em Portugal, estamos a tentar desenvolver a economia circular, porque somos uma civilização que transforma recursos em lixo a uma velocidade sem paralelo na história. Com as vossas ideias, com os vossos sonhos e com o vosso empreendedorismo, podemos manter-nos a funcionar”, acrescentou.
Antes mesmo de inaugurar, oficialmente, a Web Summit, Costa Silva disse que “as tecnologias existem, mas não as estamos a usar na direção certa para combater a pobreza e as desigualdades”. O momento terminou com a abertura da cimeira tecnológica, que juntou no palco principal o ministro da Economia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e a CEO da Web Summit, Katherine Maher.
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