//APB diz que banca vai continuar a cortar custos

APB diz que banca vai continuar a cortar custos

Em conversa com a Lusa, o secretário-geral da APB, Norberto Rosa, afirmou que se fala muito em resultados absolutos nos bancos (os bancos tiveram lucros agregados de 2.013 milhões de euros em 2021, o que a APB atribui à redução das imparidades de crédito e amento do produto bancário, sobretudo pelos resultados de operações financeiras devido ao bom momento dos mercados financeiros em 2021), quando “o importante é a remuneração do capital”, pelo que defende uma avaliação destes resultados dos bancos em termos relativos.

Segundo o responsável da associação que representa os bancos, o ‘return on equity’ (retorno sobre o património) dos bancos a operar em Portugal era de 5,4% em dezembro de 2021 (acima dos 0,5% de 2020 e 4,8% de 2019). Contudo, apesar da melhoria, refere que fica abaixo da média da zona euro (7%), o que significa que “o custo de oportunidade de investimento na banca não é positivo”. O valor que permitiria a remuneração do capital seria um ROE entre 8% a 10%, afirmou.

Já a eficiência dos bancos (medida pelo rácio de eficiência – ‘cost-to-income’ – que representa custos face a receitas) tem vindo a melhorar nos últimos anos e era, no final de 2021, de 53,4%, melhor do que a média da zona euro e abaixo dos 57,8% de 2020.

Contudo, segundo Norberto Rosa, a melhoria em 2021 deve-se, sobretudo, ao produto bancário, já que os custos operacionais reduziram-se apenas ligeiramente, pelo que os bancos ainda precisam de reduzir gastos nos próximos anos.

O secretário-geral da APB considera importante relacionar os custos operacionais com o ativo total, referindo que era em dezembro de 2021 de 1,21%, acima da zona euro. Também disse que Portugal não compara bem com a zona euro em indicadores como o ativo por empregado bancário ou o ativo por balcões.

“Estes indicadores mostram que há margem e necessidade de descer [os custos]”, afirmou, prevendo que o setor continuará a fazer reestruturações (incluindo redução de trabalhadores e balcões) nos próximos anos.