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“À semelhança do que aconteceu na restauração se aumentou o número de pessoas por mesa – para seis – acharíamos que também seria de bom-senso, limitando os horários, aumentar o rácio de pessoas em circulação nos espaços comerciais. É uma velha luta nossa: é preciso evitar a todo o custo que haja filas de espera, o Natal vem aí continua a ser época de tradições, não podemos deixar que o covid quebre as boas tradições de Natal, que houvesse fluidez às lojas e que o rácio tivesse aumentado. Não se quis mexer nisso, lamentamos”, reagiu Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), ao Dinheiro Vivo, às medidas anunciadas pelo Governo em conselho de ministros extraordinário para conter a evolução da pandemia.
“Percebemos que se tome medidas para evitar ajuntamentos e contágio, que tem crescido nos últimos tempos. Mas o contágio tem sido feito, maioritariamente, em contexto social. Isso é reconhecido pelo facto de não se fecharem as escolas e, felizmente, ter havido bom senso para não haver fecho das atividades de comércio que dizem respeito aos associados da APED”, diz Gonçalo Lobo Xavier.
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“A limitação de horários muitas vezes tem efeito contrário, se limitarmos muito passamos a promover a concentração e pessoas em determinadas horas do dia porque as pessoas têm de trabalhar. Não achando completamente descabido este fecho do comércio pelas 22h, achamos que podia haver um bocadinho mais de flexibilidade em algumas áreas de retalho que podem ser prejudicadas nesta altura do Natal”, refere.
Gonçalo Lobo Xavier diz ter dúvidas sobre o dever de recolhimento. “Temos dúvidas sobre eficácia. Cá estaremos para promover a segurança do consumidor seja na ida às compras no retalho alimentar seja especializado”, diz.
Para o diretor-geral da APED o país voltar ao Estado de Emergência – Antonio Costa admitiu discutir o tema com o Marcelo Rebelo de Sousa – é um “contra-senso”.
“As pessoas não se contaminam no retalho ou nas idas às compras. Contaminam-se nos transportes e o contexto social. Do ponto de vista do contexto social há medidas que foram tomadas, no resto esperamos que continue a haver bom senso e que não se limite mais a vida do comércio”.
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O responsável da associação, que representa empresas como o Continente, Pingo Doce, Fnac, Worten ou Ikea, comenta como positivo o tom da comunicação feita este sábado. “Nota-se uma preocupação didática do Primeiro-Ministro, quase num discurso super simples de maneira a sensibilizar toda a população para a gravidade da população. Houve um esforço do Primeiro-Ministro em ser ditático coisa que até ao momento não tínhamos visto nestas comunicações”, comenta. “Chegados a novembro é bom que se reconheça o esforço de comunicar com simplicidade.”
“Estas comunicações do Primeiro-Ministro dão em traços gerais as grandes opções do plano, mas que depois o diploma que está a ser redigido vai ser mais incisivo. Vamos comentar em traços largos o que observamos, até porque há medidas específicas por concelhos e não conseguimos apurar os concelhos até porque o site tem estado com sobrecarga e não conseguimos abrir.”
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