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A Apple está a ser acusada de vigiar a localização dos seus utilizadores sem consentimento. A denúncia é do Centro Europeu para os Direitos Digitais (noyb, na sigla original), que entregou uma queixa junto dos reguladores da privacidade de Espanha e Alemanha, escreve esta segunda-feira o jornal Financial Times.
Este centro alega que, através do código único de rastreamento IFDA, a Apple e os programadores de todas as aplicações para o iPhone poderão saber quais são os comportamentos dos seus utilizadores sem o seu conhecimento e consentimento.
“Tal como uma matrícula nos carros, este conjunto único de números e de carateres permite à Apple e a terceiros identificarem os utilizadores em todas as aplicações e até mesmo ligar-se a eles e medir o seu comportamento nos dispositivos móveis”, refere o ativista Max Schrems, citado no comunicado daquele centro.
O rastreamento das aplicações “só é permitido com o consentimento explícito dos seus utilizadores”, lembra o advogado do noyb especializado em questões da privacidade, Stefano Rossetti. “Enquanto a Apple introduz funções no seu motor de busca para bloquear cookies , coloca códigos semelhantes nos seus telefones sem consentimento dos utilizadores.”
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A queixa do noyb foi apresentada ao abrigo da diretiva europeia para a privacidade digital. Isto permite que cada regulador de dados nacional poderá multar diretamente a Apple sem precisar da cooperação de outras entidades europeias de dados.
A Apple, na atualização de junho do seu sistema operativo, afirmou que as suas aplicações iriam pedir consentimento dos seus utilizadores antes de gerar o código IFDA e até indicar-lhes explicitamente qual seria a informação partilhada. Em setembro, contudo, a tecnológica adiou estas mudanças para o início de junho.
Até agora, a Apple não reagiu a estas queixas deste centro digital.
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