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Foi um Natal amargo para a Apple, que obteve no período findo a 31 de dezembro a maior quebra trimestral em seis anos. As receitas da fabricante caíram 5% para 117 mil milhões de dólares e ficaram abaixo das expectativas dos analistas. Desde 2019 que a Apple não registava uma quebra e desde 2016 que não tinha uma quebra tão grande.
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“O ambiente macroeconómico foi mais difícil que o que tivemos há doze meses”, disse o diretor financeiro Luca Maestri na conferência com analistas após a apresentação dos resultados. O executivo disse que a Apple não iria dar orientações sobre as receitas para o trimestre de março, devido às incertezas que assolam a economia mundial, mas espera que as condições não piorem.
O maior problema da marca foi o iPhone, que gerou menos receitas que o esperado: 65,8 mil milhões, uma quebra de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O CEO Tim Cook explicou que os problemas no fornecimento tiveram enorme influência neste resultado, uma vez que a Apple não conseguiu produzir os volumes necessários dos iPhones 14 Pro e Pro Max por causa dos confinamentos na China, a braços com a covid-19.
Cook citou ainda dois outros fatores que tiveram impacto negativo nas receitas da empresa: a flutuação das taxas de câmbio e o ambiente macroeconómico difícil, com inflação, guerra no Leste da Europa e o impacto duradouro da pandemia. “Sabemos que a Apple não é imune a isto”, declarou Cook, ainda assim sublinhando que a empresa tem resiliência para ultrapassar isto. “Somos ponderados e deliberados e gerimos para o longo prazo.”
Na lista de desaires este trimestre também se encontram os computadores Mac, que tombaram 29% para 7,7 mil milhões de dólares, e os wearables e acessórios, que recuaram 8% para 13,5 mil milhões.
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As boas notícias foram as subidas no iPad, que cresceu 29% para 9,4 mil milhões, e dos Serviços, que geraram um recorde de receitas nos 20,8 mil milhões. Melhor que o esperado aqui, disse Tim Cook, referindo que a Apple tem agora 935 milhões de assinaturas pagas.
“Estamos entusiasmados pelo ano que aí vem”, disse o CEO. “Na Apple, estamos sempre a olhar em frente”, continuou, mostrando-se “mais confiante sobre o futuro da Apple” que alguma vez esteve.
As ações da empresa não sofreram um grande impacto dos resultados nas trocas fora de horas, mas desvalorizaram ligeiramente (0,2%) depois de terem encerrado a sessão em alta de 3,71%.
A apresentação dececionante da Apple juntou-se a falhanços das duas outras FAANG que revelaram resultados esta quinta-feira. A Alphabet ficou abaixo do consenso, com quebra na publicidade, e a Amazon reportou o pior prejuízo anual da sua história.
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