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As expectativas eram positivas, mas o que a Apple apresentou na noite desta terça-feira, após o fecho das bolsas em Nova Iorque, estilhaçou as previsões dos analistas. Com enormes crescimentos em todos os segmentos, as receitas deram um salto de 54% para 89,6 mil milhões de dólares, um recorde absoluto para o segundo trimestre fiscal na história da fabricante.
“Estamos extremamente satisfeitos com os resultados, apesar da incerteza continuada ao nível macroeconómico”, disse o diretor financeiro Luca Maestri, na conferência com analistas que se seguiu à apresentação dos resultados.
O responsável sublinhou que todas as linhas de produtos cresceram a dois dígitos em todas as geografias onde a Apple opera. O iPhone continuou a ser o principal gerador de receitas, dando um salto impressionante de 66% para 47,9 mil milhões de dólares. Foi o melhor segundo trimestre fiscal de sempre para o smartphone.
“Assistimos a uma forte procura pelo iPhone”, confirmou o CEO Tim Cook, atribuindo o bom desempenho à “popularidade do iPhone 12.” Cook referiu ainda que “o ciclo 5G é importante e ainda estamos no início”, o que dará espaço para crescer.
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Uma das analistas do Morgan Stanley disse, na conferência que se seguiu à apresentação dos resultados, que este foi “um trimestre bastante inacreditável.” Tim Cook anuiu: “Os resultados foram fabulosos em toda a linha.”
O segundo maior segmento no período foi o dos Serviços, que subiu 27% e gerou 16,9 mil milhões em receitas, outro recorde. Aqui englobam-se as vendas da App Store, serviços cloud, música, vídeo, publicidade e assinaturas. Luca Maestri revelou que a Apple tem agora 660 milhões de subscritores pagantes dos seus vários serviços.
O terceiro maior segmento neste trimestre foi o dos computadores Mac, que atingiu um novo recorde de receitas trimestrais ao crescer 70% para 9,1 mil milhões de dólares. “Os últimos três trimestres foram os melhores de sempre para o Mac”, sublinhou Cook.
Já o iPad deu um salto de 79% para 7,8 mil milhões, colocando o tablet em níveis que a Apple não via há uma década.
Segundo Tim Cook, as subidas expressivas destes dois produtos deveram-se aos efeitos da pandemia de covid-19, com grande procura de iPads para educação e de Macs para trabalho remoto. O CEO previu ainda que a tendência se vai manter, mesmo quando a emergência sanitária estiver controlada.
“A procura é muito forte neste momento”, afirmou. “Muitas empresas vão operar num modelo híbrido e parece que o trabalho remoto e a produtividade associada vão continuar a ser críticos.”
Todavia, o CEO avisou que a tarefa ainda não está completa e que é necessário “realismo” sobre os desafios que ainda enfrentamos, apontando para novas vagas de infeção em vários países.
O executivo também indicou que a escassez de componentes que está a afetar toda a indústria tecnológica tem impacto sobretudo nos computadores Mac e nos tablets iPad. Neste âmbito, o diretor financeiro alertou para efeitos negativos nos resultados do próximo trimestre. “Acreditamos que os problemas na cadeia de fornecimento vão ter um impacto de 3 a 4 mil milhões de dólares”, disse Maestri.
O responsável também explicou que a Apple antecipa uma quebra mais expressiva nas receitas sequenciais entre o trimestre de março e o de junho, porque este período foi tão acima do normal.
Mas o tom manteve-se bastante positivo, com perspetivas de crescimento em todos os segmentos. Cook falou de um “período entusiasmante” para os Wearables e Acessórios, divisão que também atingiu um recorde neste trimestre, crescendo 25% para 7,8 mil milhões de dólares. É aqui que serão integrados os novos AirTags, anunciados na semana passada.
Assim que estes resultados saíram, as trocas fora de horas puseram as ações da Apple a subir mais de 4%, depois de terem encerrado a sessão de terça-feira a cair 0,6%.
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