O Natal de 2019 trouxe uma reviravolta ao mercado de smartphones, com a ascensão algo inesperada da Apple de volta ao topo mundial. A marca, que vinha sofrendo uma contração nas receitas do iPhone, vendeu mais smartphones no último trimestre do ano que qualquer outra marca, despachando 73,8 milhões de unidades, de acordo com os números da IDC que acabam de sair.
A subida de 7,9% permitiu à Apple voltar a ser a maior fabricante de smartphones do mercado, com 20% de quota. Segundo a análise da IDC, o iPhone 11 e 11 Pro tiveram um desempenho particularmente forte nos mercados desenvolvidos, tais como Europa e Estados Unidos, enquanto o iPhone XR vendeu bem em todo o lado.
“A forte procura pelo [iPhone] 11, combinada com promoções de troca e financiamento robustos, tornou o novo modelo mais acessível que nunca a uma maior variedade de consumidores”, explica a IDC. “Olhando em frente, o rumor de um sucessor SE poderá levar a Apple a ganhar ainda mais quota em mercados emergentes se o preço estiver no ponto ideal para os clientes com um orçamento limitado.”
As boas notícias da Apple foram as más das restantes companheiras de pódio, embora a IDC note que a Samsung tende a ter o seu melhor desempenho no terceiro trimestre e não no quarto. A marca sul-coreana vendeu 69,4 milhões de smartphones e obteve 18,8% de quota, uma quebra de 1,2% face ao período homólogo. É de realçar que, no Natal de 2018, a Apple não tinha conseguido ultrapassar a Samsung e esta mantivera o lugar cimeiro.
Em terceiro ficou a Huawei, que sofreu uma queda de 7,1% ao vender 56,2 milhões de telemóveis e assim registou uma redução da quota para 15,2%. A IDC explica que a marca chinesa continua a sofrer com inventários muito extensos por vender e que o preço do Mate 30 tem sido “um fator limitativo.” Todas as restrições impostas à Huawei, na lista negra dos Estados Unidos e com dificuldades noutros países, estão a ter efeito – apesar de os players chineses continuarem a querer trabalhar com a marca. É fora da China que as coisas estão pior e a ausência de serviços Google “ainda teve impacto no seu desempenho”, descreve a IDC.
Tudo isto num trimestre em que as vendas totais de smartphones declinaram 1,1%, com 368,8 milhões de unidades. A consultora explica que a quebra se deveu sobretudo ao fraco crescimento na China, onde os consumidores continuam à espera de dispositivos 5G mais baratos.
No ano global, um ranking diferente
Todas estas contas mudam quando se olha para o global de 2019. Neste ranking, a Samsung mantém-se no topo, com 295,7 milhões de smartphones vendidos e 21,6% de quota. A surpresa vem a seguir: a Huawei subiu para segundo, com 240,6 milhões de unidades e 17,6% de quota. Apesar das dificuldades do segundo semestre, no total do ano a empresa cresceu 16,8%.
A Apple só aparece em terceiro, com 191 milhões de iPhones vendidos e 13,9% de quota, refletindo o ano sofrível que a marca teve antes do último trimestre. Feitas as contas, a empresa de Tim Cook vendeu menos 17,8 milhões de iPhones que no ano anterior; é um volume de nota, embora os anos fiscais da Apple não coincidam – começam a 29 de setembro.
De acordo com o analista Anthony Scarsella, 2019 foi o segundo ano consecutivo de quebras, apesar do lançamento de dispositivos 5G e dos smartphones dobráveis. Venderam-se 1,371 mil milhões de smartphones, uma queda de 2,3% que colocou o volume total em níveis anteriores a 2015.
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