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A Arcádia, empresa familiar 100% portuguesa, faz 90 anos. As comemorações vão concentrar-se nos meses de novembro e dezembro, com o lançamento de um produto alusivo à data e uma campanha digital, entre outras surpresas. A terminar está também um ciclo de investimento de 6,5 milhões de euros, iniciado em 2019, e que permitiu àquela que se assume como “a marca de chocolates artesanais mais antiga do país” praticamente duplicar o número de trabalhadores, para pouco mais de 400. Este ano, além da abertura de cinco novas lojas, a que poderão juntar-se mais duas, foi construída uma nova fábrica, em Canelas, Vila Nova de Gaia, dedicada exclusivamente aos produtos de pastelaria. As vendas estão a crescer 25% e a empresa estima fechar o ano nos 17,5 milhões de euros.
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Questionado sobre o segredo da longevidade da empresa, Francisco Bastos, bisneto do fundador, é perentório: “Só há uma coisa que mantemos em segredo, que são as nossas receitas. Tudo o resto é fruto da capacidade de cada uma das quatro gerações que por aqui passaram, nestes 90 anos, de adaptarem a comunicação da marca e os seus produtos à época em que estavam, inovando sem perder o norte à nossa tradição”.
Mas nem tudo tem sido um mar de rosas, admite. A pandemia, por exemplo, “deixou marcas que ainda estão a ser resolvidas”, no entanto, a manutenção do plano de expansão que tinha sido preparado em 2019, renovando uma série de lojas e alargando a oferta a outras áreas, como a cafetaria, a pastelaria e as refeições ligeiras, ajudou a dar um novo impulso à empresa. “Não foi uma decisão fácil, mas decidimos arriscar e avançar porque tínhamos a convicção de que precisaríamos de ser mais fortes depois da pandemia”, explica o responsável.
Hoje, a empresa está a “capitalizar” todas as apostas que fez nos últimos quatro anos, contando já com uma rede de 42 lojas em todo o país, cinco das quais abriram este ano. E, até ao final do ano, ainda poderão abrir mais duas – uma das quais em Vila Real – em regime de franquia. Até agora, os poucos pontos de venda franqueados são negócios pontuais com “parceiros de confiança”, mas esta é uma das áreas de crescimento em vista nos próximos anos, permitindo à marca expandir-se para outros territórios. Porto, Lisboa e Algarve mantêm-se zonas de aposta em lojas próprias.
Em 2019, com 26 lojas, a Arcádia faturava 8,5 milhões. No ano passado chegou aos 13,7 milhões. Este ano está a crescer 25%, e prevê atingir os 17,5 milhões de euros, e a expectativa, para 2024, é de manter o crescimento a dois dígitos e chegar muito perto dos 20 milhões de euros. Em termos de investimento, a ideia é abrandar um pouco. “Em 2024 teremos não mais do que duas ou três aberturas de novas lojas, além de uma franquia que “desliza” deste ano e deve abrir em janeiro. É tempo de afinar agulhas, melhorar processos e prepararmo-nos para o próximo plano de crescimento acelerado”, refere Francisco Bastos.
A internacionalização é outra das oportunidades de crescimento identificada, sobretudo agora que, com a nova fábrica, há mais capacidade produtiva disponível. Para já, a Arcádia faz “exportações pontuais”, com “parceiros de confiança”, designadamente para os EUA, Luxemburgo, Alemanha e Dinamarca, mas o foco tem sido o mercado nacional. Chegou a ter prevista uma abertura de uma loja em Espanha, mas que não avançou, e não é uma prioridade. “Há muitas oportunidades para aproveitar ainda no mercado nacional, nomeadamente em Lisboa”, frisa.
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