//Armando Vara começa a ser julgado por crime de branqueamento de capitais

Armando Vara começa a ser julgado por crime de branqueamento de capitais

O ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) Armando Vara começa esta quarta-feira a ser julgado no Tribunal Criminal de Lisboa por um crime de branqueamento de capitais, em processo separado do caso Operação Marquês.

Acusado no processo Operação Marquês por um crime de corrupção passiva de titular de cargo político, dois de branqueamento de capitais e dois de fraude fiscal qualificada, Armando Vara, após decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, vai agora ser julgado em processo autónomo por um único crime de branqueamento de capitais, sendo que o juiz considerou que o de fraude fiscal prescreveu.

O envolvimento do antigo deputado e ministro socialista na Operação Marquês, que tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates, relacionava-se com o facto de, em 2006, como administrador da CGD, Vara ter alegadamente conseguido financiamento da CGD para o empreendimento de Vale do Lobo, mas, segundo a acusação do Ministério Público, mediante contrapartida financeira que terá implicado uma transferência de um milhão de euros para um conta bancária por si controlada.

Na terça-feira, em véspera do início do julgamento no Campus de Justiça, em Lisboa, Armando Vara beneficiou de uma saída precária da cadeia e, segundo fonte ligada ao processo, estará “fisicamente presente” na primeira sessão de julgamento, marcada para as 09:30.

Segundo a mesma fonte, o julgamento de Armando Vara, que já tem uma segunda audiência marcada para 16 de junho, deverá concretizar-se sem incidentes processuais, já que a defesa não apresentou qualquer requerimento ou contestação em sentido contrário.

Armando Vara está desde 16 de janeiro de 2019 a cumprir uma pena de cinco anos de prisão no âmbito do processo Face Oculta, tendo, em finais de março de 2019, o Tribunal de Aveiro aceitado descontar os três meses e sete dias de prisão domiciliária a que esteve sujeito, no âmbito do inquérito da Operação Marquês, aos cinco anos de cadeia, que está atualmente a cumprir.