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Começaram por ser chinelos com sola de cortiça, mas hoje a marca evoluiu e já engloba propostas várias, como sapatos e botas, para verão e inverno. Uma gama completa, para chegar aos quatro cantos do mundo. As Portuguesas, a marca criada por Pedro Abrantes e que junta a maior corticeira, a Amorim, e o maior produtor de calçado, a Kyaia, está apostada em chegar à geração Z. Criou, por isso, uma nova app, com recurso à realidade aumentada, que permite “experimentar” os vários modelos, e estilos, sem sair de casa. Um investimento que irá ajudar a marca a duplicar a sua quota de vendas online já neste ano, diz o CEO da Ecochic, a dona d”As Portuguesas, Pedro Abrantes.
Lançada oficialmente em março de 2016, é uma marca nativa digital. As primeiras vendas que realizou foram através do Facebook, lembra o responsável. Hoje, está presente em cerca de meia centena de países, nos quatro cantos do mundo, dos Estados Unidos e Canadá, o seu principal mercado, à Austrália e Nova Zelândia, mas também na África do Sul, China, Filipinas, Coreia, Israel, Rússia e Dubai, entre muitos outros. Só em Portugal, que vale 10% das suas vendas, a marca chega a 272 pontos de venda, dos mais variados, desde as tradicionais sapatarias, a lojas de surf, hotéis, resorts e museus, como o World of Wine ou o Museu dos Coches. Dos 150 mil pares vendidos em 2020, um aumento de 50% face ao ano anterior, o mercado online pesou 12%. Bem acima dos 4,5% do ano anterior. O objetivo é que, neste ano, possa valer “pelo menos” o dobro.
“Estamos muito focados no B2C, numa aproximação ao cliente final. Queremos transformar As Portuguesas numa marca um bocadinho mais sensorial, trabalhando o que é o futuro de uma love brand“, diz.
O investimento na app 3D começou a ser pensado no início da primeira vaga da pandemia, e acelerado à medida que a segunda e a terceira vagas se sucederam. “Com o país todo fechado, percebi que tínhamos de fazer alguma coisa”.
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A realidade aumentada é a forma de captar a atenção dos mais novos, “conseguindo que se identifiquem com a marca”. Um investimento inicial de 55 mil dólares (cerca de 45 mil euros), para sistema ios, mas que não fica por aqui. “Dentro de um mês estará disponível para android, junto com a coleção de verão, e haverá mais surpresas. Temos previstas outras viagens virtuais dentro da aplicação para surpreender o consumidor”, explica Pedro Abrantes.
A aplicação irá ainda mostrar as raízes da marca, muito assentes na sustentabilidade. A cortiça já é usada não só nas solas, mas em palmilhas e calcanheiras, e as gáspeas (a parte superior do sapato) são em algodão ou linho reciclado. Na coleção de verão, aparecerão gáspeas feitas à base de grão de café (depois de transformado em fio e tecido). E outras novidades se seguirão na coleção de inverno.
Para 2021, e apesar do panorama “desafiante” que o setor da moda vive – “ninguém compra sapatos para ir da sala para a cozinha”, graceja -, As Portuguesas esperam crescer, novamente, 50% e atingir as 225 mil unidades, com grande foco no reforço nos mercados asiáticos e na entrada, em força, nos Emirados. Para 2022, a meta é chegar ao meio milhão de pares vendidos ao ano. “Temos objetivos ambiciosos, se tudo correr chegamos lá”, promete.
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