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Os credores da Groundforce, reunidos esta quarta-feira em assembleia de credores, no tribunal de Monsanto, Lisboa, aprovaram a recuperação da empresa, tal como sugeriam os administradores de insolvência, disse à Lusa fonte sindical.
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A maioria dos credores representada na assembleia tem créditos laborais, ou seja, são trabalhadores. Estão ainda representados os maiores credores do grupo de ‘handling’ (assistência nos aeroportos em terra).
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Os administradores de insolvência têm agora 120 dias para apresentar um plano de recuperação do grupo, de acordo com as alíneas aprovadas pelos credores, na assembleia.
A lista de credores da Groundforce, compilada durante o processo de insolvência da empresa, conta com 2791 entidades, num total de mais de 154 milhões de euros, sendo que a TAP viu reconhecidos créditos de quase 19,7 milhões de euros.
Segundo a lista provisória de credores, a que a Lusa teve acesso, e que poderá ainda sofrer alterações, nomeadamente com a junção de novos pedidos, a dívida total, entre o que é reclamado e o que se encontra na contabilidade, ultrapassa os 154 milhões de euros.
Já o total reclamado pelos credores ultrapassa os 137 milhões de euros, sendo que em vários dos credores não há reclamação da dívida, mas há um valor atribuído, que explica as diferenças destes números.
Entre os credores destaca-se a TAP, que pediu a insolvência da empresa e que submeteu várias reclamações, num total de cerca de 19,7 milhões de euros, por fornecimentos de bens e serviços, prestações de serviços, contrato de aluguer operacional, entre outros.
Também a ANA – Aeroportos de Portugal conta com um lugar de destaque entre os credores da Groundforce, com 12,6 milhões de euros em dívidas reconhecidas na lista.
O Estado também está a reclamar dívidas à empresa, com a Segurança Social a ver reconhecidos 10,4 milhões de euros, relativos a contribuições e a um apoio devido à covid-19.
O BCP viu reconhecida uma dívida de mais de dois milhões de euros, montante semelhante ao pedido pela seguradora Fidelidade.
Num relatório, a que a Lusa teve acesso, esta terça-feira, os administradores de insolvência, Bruno Costa Pereira e Pedro Pidwell, defendem que “a posição que melhor acautelará o interesse dos credores” passa por “se deliberar no sentido da manutenção do estabelecimento em atividade, com a consequente suspensão da liquidação e partilha do ativo, e a concessão e prazo para que se possa ver apresentado um plano de recuperação”.
No relatório lê-se ainda que “só a manutenção da atividade e a preservação do emprego permitirá que não se perca todo o ‘know-how’ existente e que não se tornem exigíveis as indemnizações por cessação dos contratos de trabalho, o que, de ocorrer, levaria ao incremento dos passivos, em prejuízo da generalidade dos credores”.
Os administradores de insolvência alertam ainda para o facto de que, “por força da especificidade do negócio desenvolvido pela insolvente, o encerramento sempre redundaria em dificuldades sérias na gestão aeroportuária, com consequências nefastas que não se circunscrevem no perímetro dos diretamente envolvidos no presente processo e que poderiam prejudicar, em última instância, a imagem externa” de Portugal.
O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa decretou no dia 4 de agosto a insolvência da SPdH (Groundforce), anunciou a TAP, que tinha feito um requerimento nesse sentido, no dia 10 de maio.
A insolvência da Groundforce deverá interferir, ou pelo menos atrasar a venda das ações que o Montepio detém na empresa, como resultado do incumprimento de uma dívida por parte do principal acionista da empresa de ‘handling’, a Pasogal, de Alfredo Casimiro.
O Governo estava à espera do resultado desta venda antes de avançar com outra solução, que passará por uma “mudança acionista indispensável para a viabilização da empresa”, segundo um comunicado divulgado em 21 de julho.
Atualizada às 19.13h com mais informação
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