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Apesar de recém-criada, a Augustha, marca de calçado de luxo para senhora, já conquistou fãs entre as celebridades do mundo do cinema em Bollywood. Mas Mónica Amaral, responsável do projeto, tem grandes sonhos. Quer chegar ao Dubai e a outros países com elevado poder de compra, e às plataformas de comércio eletrónico globais, como a Farfetch, MyTheresa ou Net-a-Porter. Um dia, quem sabe, espera ter lojas próprias da Augustha nas principais capitais do mundo.
Natural de Viana do Castelo, Mónica licenciou-se em Economia e fez o mestrado em Marketing e Estratégia, em Braga, e foi da paixão pela cidade que nasceu a designação da sua marca de calçado, em homenagem ao nome romano Bracara Augusta. E permitiu aliar outra paixão, a dos sapatos, que vem desde a mais tenra idade. “Não consigo deitar um único par fora, mesmo que já estejam velhinhos”, admite. Sem qualquer formação na área, ou tradição familiar no setor, Mónica Amaral teve de “aprender tudo do zero, literalmente”, diz. Mas teve a sorte de conhecer um jovem designer, “extremamente competente e talentoso”, que a tem ajudado a passar para papel as suas ideias.
Os sapatos, à venda na boutique online da Augustha, com preços que vão dos 475 aos 595 euros, são produzidos à mão em Oliveira de Azeméis, “numa das melhores fábricas” de calçado em Portugal. “Os sapatos têm de ser imaculados, confortáveis, feitos com materiais de extrema qualidade”, explica, reconhecendo que levou “algum tempo” a encontrar uma fábrica que “satisfizesse os parâmetros da marca”, mas finalmente encontrou uma à altura.
Quanto ao target em que se situa no luxo, a jovem empresária reconhece que é “extremamente complicado” posicionar uma jovem marca num segmento tão exigente. “Sei que escolhi um segmento muito difícil de trabalhar, mas é o que me cativa. Pode demorar um pouco mais a afirmar a marca no mercado, mas a resiliência faz parte da minha essência, sei que chegarei lá”, garante.
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À conquista internacional
E já chegou à Índia, uma aposta que surgiu a partir do interesse de uma agência de comunicação local, com várias marcas de luxo no seu portefólio, em trabalhar a Augustha. A indústria de cinema indiana, Bollywood, era um atrativo a ter em conta e que já produziu resultados. “Conseguimos calçar várias celebridades do mundo do cinema, o que nos confere um selo de qualidade e um posicionamento precioso”, explica Mónica Amaral. Bhumi Pednekar, Kriti Kharbanda, Hina Khan, Erica Fernandez ou Parineeti Chopra são algumas das fãs da marca, celebridades com uma “enorme exposição” na Índia e mercados circundantes. O objetivo é chegar ao Dubai, mercado próximo e “muito interessante”.
Com a pandemia a dificultar o acesso aos mercados e, como tal, a entrada no retalho especializado, a Augustha está, para já, focada no online. Está presente em várias plataformas na Índia, mas quer chegar ao resto do mundo, através da Farfetch e de outras equivalentes, abrindo caminho à notoriedade da marca, para chegar às principais cadeias de luxo. “As lojas físicas são importantíssimas para a criação de proximidade com os clientes. A experiência de poder calçar os sapatos antes de os comprar é fundamental. Além disso, a experiência de compra é muito mais pessoal”, reconhece Mónica Amaral, que assume a ambição de, a longo prazo, “abrir lojas próprias nas principais capitais do mundo”.
Para já, o foco serão os mercados do Médio Oriente, os Países Baixos, França, Itália e Estados Unidos. “Países com elevado PIB per capita serão sempre apetecíveis”, frisa. Sem esquecer Portugal. A estratégia de divulgação será a mesma, calçar celebridades e marcar presença em revistas de moda. Sem esquecer, claro, as redes sociais, ferramenta “preciosa” para recolher feedback dos mercados.
Embora criada oficialmente em 2018, só a partir do início deste ano, com a dedicação a 100% de Mónica a este projeto, é que a Augustha ganhou asas, à conquista de um público “irreverente”. A primeira coleção oferece os básicos da marca, redefinindo a elegância intemporal através de sapatos “luxuosos e sofisticados. São sete modelos entre mules, pumps e sandálias, maioritariamente em preto e nude. Nas próximas coleções, Mónica promete arriscar “um pouco mais” nas cores e no design. “Faz sentido ter uma base clássica e depois construir algo mais arrojado.”
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