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Aqui pode haver controvérsia, mas não há crise. O Facebook esmagou as expectativas do mercado ao reportar um crescimento de 94% dos lucros no primeiro trimestre de 2021, encaixando 9,5 mil milhões de dólares. As receitas totais da empresa, que detém as redes sociais Facebook e Instagram e a plataforma WhatsApp, subiram 48% para 26,1 mil milhões de dólares.
Segundo a empresa, o desempenho deveu-se a um aumento substancial de 30% no preço médio por anúncio, a sua principal (e quase única) fonte de rendimentos. Dos 26,1 mil milhões de dólares de receitas, 25,4 foram gerados por publicidade. Neste trimestre, o número de anúncios mostrados nas suas plataformas também subiu 12%.
Estes resultados foram tão positivos que as ações do Facebook subiram imediatamente nas trocas fora de horas, chegando a valorizar 6,41% após o fecho do mercado.
“Nos últimos dois trimestres, o nosso negócio teve um desempenho melhor do que nós esperávamos”, disse o CEO Mark Zuckerberg, na conferência com analistas que se seguiu à apresentação de resultados. “Isto deu-nos confiança para aumentar os investimentos, de forma significativa, em áreas-chave que têm o potencial de transformar a trajetória da empresa no longo prazo.”
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Estas áreas, disse Zuckerberg, são a realidade virtual e realidade aumentada, a que continua a chamar “a próxima plataforma de computação”, o comércio eletrónico e os criadores de conteúdos.
A expansão do foco faz sentido numa altura em que a empresa se prepara para os efeitos adversos tanto das ameaças regulatórias como da nova política de privacidade que a Apple implementou na última versão do iOS. As mudanças no iOS 14 tornarão mais difícil para o Facebook rastrear os utilizadores e personalizar anúncios no iPhone e iPad, o que se espera que tenha um impacto negativo nos seus resultados. A empresa espera que o ritmo de crescimento se mantenha estável no segundo trimestre mas antecipa uma desaceleração acentuada no terceiro e quarto trimestres do ano.
Segundo explicou Zuckerberg, o foco nas funcionalidades em torno do comércio eletrónico serão essenciais para entregar “uma experiência personalizada” aos utilizadores. “O comércio tem crescido nos nossos serviços há algum tempo mas agora tornou-se muito mais importante, visto que a pandemia acelerou uma mudança mais alargada para as empresas, que passaram para o online”, disse o CEO.
Já o investimento em criadores dirige-se sobretudo ao Instagram, com incentivos desenhados para os ajudar a monetizarem a sua presença na rede social.
Feitas as contas, o universo de apps do Facebook contabiliza 3,45 mil milhões de utilizadores mensais ativos, mais 15 milhões que no trimestre anterior. As métricas de utilização na rede principal, Facebook, também melhoraram: mais 8% de utilizadores diários (1,88 mil milhões de pessoas) e mais 10% de utilizadores mensais (2,85 mil milhões).
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