A Autoeuropa está pronta para enfrentar a greve dos motoristas que, a partir de 12 de agosto, ameaça provocar o caos no abastecimento do país. A fábrica portuguesa do grupo Volkswagen tem um plano de contingência já definido, apesar de só retomar a produção no dia 19 de agosto.
“Temos um plano de contingência para mitigar os impactos da greve, mas estamos preparados para qualquer eventualidade”, adiantou fonte oficial da fábrica ao Dinheiro Vivo.
Este plano foi criado mesmo tendo em conta que a unidade de Palmela está fechada desde 23 de julho, para manutenção técnica e a interrupção de verão.
Os efeitos da paralisação também serão contidos porque uma grande parte das peças dos fornecedores da Autoeuropa “vem do estrangeiro”, lembra Daniel Bernardino, coordenador das comissões de trabalhadores do parque industrial. Para que a linha de produção da Autoeuropa seja minimamente afetada pelo protesto dos motoristas “é preciso que ainda haja greve nos dias 15 ou 16 de agosto”, acrescenta.
Mesmo que a greve se prolongue, a Autoeuropa terá capacidade para armazenar no parque interno os milhares de veículos que irão sair da linha de montagem de Palmela.
Apelos das empresas
Mais graves poderão ser os efeitos em outros setores. A agricultura receia que a paralisação possa impedir a realização de colheitas e que pode levar “milhares de pessoas à falência”.
A APED, associação das empresas de distribuição e que representa cadeias como Pingo Doce, Lidl e Continente, quer que os super e hipermercados sejam incluídos nos serviços mínimos. Sem isso, as prateleiras dos alimentos poderão ficar vazias. E os táxis e outras empresas de transportes ameaçam ir abastecer os depósitos de combustíveis a Espanha, com perda de receitas para os cofres do Fisco.
O Ministério da Saúde já terá pedido uma lista dos serviços que têm de ser considerados como “serviços mínimos” para evitar problemas no transporte de doentes.
Caso seja declarada a requisição civil, os três ramos das Forças Armadas terão militares disponíveis para conduzir os camiões, afirmou na segunda-feira o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.
Para já, não há mais reuniões agendadas entre os sindicatos de matérias perigosas e independentes de mercadorias e a ANTRAM, a associação de empresas de transporte de mercadorias. A FECTRANS, o maior sindicato do setor, mantém as negociações e não aderiu à greve.
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