//Balanço sobre 5G? “Anacom tem o dom de ver tudo pela negativa”, diz CEO NOS

Balanço sobre 5G? “Anacom tem o dom de ver tudo pela negativa”, diz CEO NOS

O presidente executivo da NOS, Miguel Almeida, estranhou esta segunda-feira a forma como a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) lançou o primeiro balanço do desenvolvimento da rede 5G em Portugal, acusando o regulador de ver “o copo meio vazio” quando avalia o trabalho dos operadores.

“A Anacom tem este dom de, sistematicamente, ver tudo pela perspetiva negativa e de atacar as empresas do setor”, afirmou Miguel Almeida à margem da inauguração do NOS Hub 5G, no Parque das Nações, em Lisboa.

A Anacom divulgou ao final da manhã desta segunda-feira o primeiro balanço sobre o 5G em Portugal, indicando que apenas 64% dos concelhos e só 28% das freguesias do país têm já acesso à nova rede móvel. Além disso, o regulador concluiu que a NOS é o operador, à data, com mais antenas 5G. Não obstante, quando somadas as estações base relativas também às redes 2G, 3G e 4G, a NOS é a telecom com menos antenas.

Para o CEO da NOS, “estar a analisar” a implementação da nova rede móvel “à luz do que falta fazer é seguir a lógica do copo meio vazio e copo meio cheio”. E, segundo o principal administrador da NOS, a Anacom olha para o setor como “copo meio vazio”.

“O regulador, como é habitual na sua forma de atuar, pega no negativo. É uma forma inaceitável de estar num regulador cuja principal missão e responsabilidade é promover o setor, é garantir o investimento sustentável e a concorrência, não é denegrir o setor”, argumentou, responsabilizando depois o supervisor do setor por eventuais atrasos.

“Por incompetência e inoperância”, realçou o gestor, “o leilão [do 5G] demorou quase um ano”. Não obstante, Miguel Almeida disse que passados “seis ou sete meses”, apesar do atraso no leilão, à data dos dados da Anacom (final do primeiro trimestre de 2022), a NOS já tinha “praticamente duas mil estações [5G]” instaladas. “Estamos a falar de uma cobertura de quase 80% da população em seis meses”, no caso da NOS, defendeu.