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A empresa francesa de serviços financeiros Nickel, do grupo BNP Paribas, associou-se à rede da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP) para distrubuir o seu serviço, anunciaram as partes à Lusa.
“A parceria com a CCP foi muito natural, pela comunhão que existe a vários níveis: de valores, de interesses, de modernização, de tipos de pontos de venda”, disse à Lusa o presidente executivo da Nickel em Portugal, João Guerra.
O responsável da empresa, que pretende iniciar atividade em Portugal no primeiro trimestre do próximo ano, salientou ainda os “mais de 100 membros” da CCP, que “representam praticamente todos os setores de atividade, com uma capilaridade enorme em todo o território nacional”, através, por exemplo, de “lojas de proximidade e comércio local”.
A Nickel trabalha com pontos de venda físicos, e o presidente executivo internacional da empresa, Thomas Courtois, tinha adiantado à Lusa em janeiro que estava à procura de um parceiro em Portugal, depois do trabalho com tabacarias em França e com pontos de venda de lotaria em Espanha.
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Em declarações à Lusa, o responsável internacional da Nickel manteve o objetivo adiantado em janeiro de entrar em funcionamento no primeiro trimestre, e de chegar aos 450 mil clientes em Portugal em cinco anos.
Pela CCP, o presidente João Vieira Lopes afirmou que as associações da confederação, “especialmente as regionais e locais, acabam por agrupar toda a gente que tem a porta aberta para a rua”, o que encaixa no pretendido pela Nickel.
Questionado acerca da experiência da Nickel em França e Espanha, Vieira Lopes realçou que em Portugal a “associação das empresas que vendem lotarias” está na CCP.
“Nas nossas associações locais e regionais existem as papelarias, as tabacarias, cafés”, disse ainda, acrescentando “farmácias, barbeiros e cabeleireiros, ‘snack-bar’ e restaurantes”.
“Nós temos uma oferta que inclusivamente pode permitir testar a eficácia de vários segmentos da atividade económica” por parte da Nickel, referiu o presidente da confederação, que também vê benefícios para os comerciantes através do “tráfego” que a Nickel pode gerar nas lojas.
Quanto a eventuais resistências à digitalização, “que é irreversível”, e apesar de ainda haver “40% das empresas em Portugal” que não têm presença digital, Vieira Lopes vê na parceria “um reforço do acompanhamento da CCP às suas associações e empresas em geral” quanto a esse assunto.
João Vieira Lopes considera ainda que “o comerciante tem de ser bastante motivado” para ver na Nickel uma hipótese de aumento de movimentação no seu estabelecimento “sem prejudicar a sua atividade normal”.
O presidente da CCP realçou ainda a relação de confiança com o comerciante, semelhante àquela estabelecida com a banca ao longo de décadas, mas “pode ser um elemento positivo” estabelecer a mesma relação com novos serviços financeiros, através de alguém que já se conhece.
A Nickel apresenta-se no mercado português como empresa portuguesa de serviços de pagamentos, e distribuirá uma conta bancária portuguesa, permitindo depósitos em numerário, tendo já as necessárias autorizações para operar no país.
“Em termos regulatórios a situação está, neste momento, 100% finalizada”, disse à Lusa João Guerra, que quer entrar no mercado em janeiro do próximo ano “num piloto controlado, com testes, já com os pontos de venda e com os clientes finais”.
“Para o público em geral diria um ou dois meses depois”, perspetivou.
A Nickel tem 1,9 milhões de clientes, estando já em operação em Espanha e a entrada no mercado belga está marcada para a mesma altura que em Portugal.
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