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O polaco Bank Millennium constituiu provisões adicionais de 467,4 milhões de zlótis (quase 98 milhões de euros) no segundo trimestre do ano, antecipando eventuais riscos legais relacionados com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira, revelou esta sexta-feira o BCP. O BCP detém 50,1% do banco polaco, que antecipou também prejuízos até junho.
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“O conselho de administração executivo do Bank Millennium informa que tomou a decisão de constituir, nas contas do segundo trimestre de 2022, provisões de 467,4 milhões zlóti [moeda polaca] para riscos legais relacionados com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira originados” originado pelo próprio banco, explica o comunicado veiculado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em causa estão empréstimos que remontam à década de 2000, quando o banco garantiu empréstimos em francos suíços para mais tarde beneficiar do fortalecimento da moeda local e de taxas de juro mais baixas na Suíça. No entanto, a divisa suíça disparou no mercado cambial, nos anos da última crise financeira, o que veio agravar o valor das dívidas das famílias polacas para patamares incomportáveis. Muitas das famílias sentiram-se lesadas e acabaram por recorrer a tribunais para contestar as dívidas contraídas. O caso ficou conhecido por “Frankowicze” e já obrigou o banco a por de parte 660 milhões de euros.
O banco polaco também decidiu, agora, adicionar outra provisão no valor de 8 milhões de zlótis (aproximadamente oito milhões de euros). Esta, para “riscos legais relacionados com a carteira de crédito originada pelo Euro Bank”, que a instituição assegura não ter impacto nos resultados líquidos.
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O Euro Bank foi adquirido pelo Bank Millennium em 2019.
Estas provisões também “refletem a continuação das tendências negativas nas decisões judiciais, a entrada de novos processos judiciais e as alterações na metodologia de avaliação de risco do banco”.
Apesar das provisões, conclui a holding do BCP, as estimativas do banco apontavam para um resultado líquido positivo no segundo trimestre do ano, mas devido à contabilização dos custos relacionados com a adesão ao IPS, este será negativo.
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