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O Bank Millennium fechou o primeiro semestre do ano com um resultado líquido consolidado negativo de 56,6 milhões de euros (-262,6 milhões de zlotys), foi esta terça-feira revelado. O prejuízo, ainda assim, representa um desagravamento financeiro do banco face aos 112,7 milhões de euros negativos (-511,6 milhões de zlotys) registados em igual período de 2021.
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De acordo com as contas veiculadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a subsidiária polaca do BCP, refere que o resultado semestral “foi substancialmente influenciado por provisões para riscos legais relacionados com a carteira de créditos hipotecários denominada em moeda estrangeira”. Em causa está uma verba que já totaliza 218,8 milhões de euros (1.014,6 milhões de zlotys), dos quais 198,1 milhões de euros (918,6 milhões de zlotys) são atribuíveis a créditos hipotecários em francos suíços pelo banco polaco do BCP e 20,7 milhões de euros (96 milhões de zloyts) são referentes à carteira de créditos hipotecários em francos suíços do Euro Bank.
“As provisões acumuladas para risco de litigância sobre créditos hipotecários em francos suíços no final do primeiro semestre de 2022 representavam 36,3% da carteira de crédito hipotecário denominada em moeda estrangeira, originada pelo Bank Millennium”, adianta o banco. Em 2022, a filial polaca do BCP já teve de constituir provisões por duas vezes. A última vez foi no início de julho, quando o banco aprovisionou 98 milhões de euros, antecipando já prejuízos.
O Bank Millennium garante que se não fossem as provisões e as contribuições para o fundo de resolução os resultados teriam sido positivos, na ordem dos 243 milhões de euros.
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“Excluindo itens extraordinários relacionados com créditos hipotecários denominados em moeda estrangeira, ou seja, provisões para risco legal, custos com acordos extrajudiciais com clientes e outros custos legais associados aos créditos hipotecários em francos suíços, e com distribuição linear da contribuição para o fundo de resolução do BFG (sem impacto líquido da contribuição do IPS), o lucro líquido no primeiro semestre 2022 teria sido de 1.127,8 milhões de zlótis (243,2 milhões de euros), representando um aumento em base comparável de 106,2%. O ROE ajustado foi de 23,0%”, lê-se.
O banco reporta também que, entre janeiro e junho, o produto bancário total cresceu 39,5% em termos homólogos. E a margem financeira disparou 67,6%, “refletindo o aumento das taxas de juros ocorrido desde outubro de 2021”. Já as comissões líquidas subiram 3,1% em termos homólogos, embora os custos operacionais tenham agravado 9,4%.
O Bank Millennium fechou o primeiro semestre com 2,8 milhões de clientes ativos, “um aumento de 66 mil no trimestre e de 173 mil no ano”, com a filial do BCP a garantir ter “depósitos de retalho estáveis” ao registar um crescimento homólogo de 0,3%.
O banco revela também um crescimento de 4% do crédito a retalho, em termos homólogos (12%, em termos homólogos, excluindo créditos concedidos em moeda estrangeira), com uma nova produção trimestral de créditos hipotecários no valor de 500 milhões de euros (2,2 mil milhões de zlótis) no segundo trimestre de 2022, o que se traduz num aumento de 12%, em termos homólogos, e num decréscimo de 11% face ao primeiro semestre de 2021.
“Em junho de 2022, a quota de mercado de nova produção de crédito à habitação situou-se 13,5% e em 9,8% na nova produção de cash loans“, lê-se.
O banco registou ainda um crescimento de 24% dos depósitos das empresas, em termos homólogos, bem como uma subida de 5% no crédito a empresas. O volume de negócios de leasing subiu 8% face ao período entre janeiro e junho de 2021.
O Bank Millennium conclui o documento que veicula as contas com a antecipação de novos resultados negativos no terceiro trimestre do ano.
Indicando que uma lei polaca de 7 de julho dá a possibilidade aos clientes com empréstimo de suspender o pagamento de até 8 prestações mensais, antecipa-se um “custo máximo das moratórias de crédito em 1,8 mil milhões de zlotys (cerca de 381 milhões de euros) ao nível do grupo caso 100% dos mutuários elegíveis usem esta opção”. Ora, constata-se um “custo upfront das moratórias de crédito a registar no terceiro trimestre com base numa taxa de participação esperada entre 75% a 90%, acima da média de mercado (66%) anunciada até o momento”. Assim, “espera-se que o reconhecimento upfront dos custos com moratórias de crédito resulte num resultado líquido negativo no terceiro trimestre”.
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