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Os maiores credores da construtora Soares da Costa são bancos e o Estado, sendo que, no total, a lista de dívidas ascende a quase 600 milhões de euros, segundo documentos a que a Lusa teve acesso.
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Assim, o valor reclamado ultrapassa os 550 milhões de euros, com os maiores credores a serem quatro bancos e a Segurança Social.
No relatório do administrador de insolvência, Francisco Areias Duarte, é revelado que o maior credor é a Caixa Geral de Depósitos, com 186,2 milhões de euros, seguida do BCP, com uma dívida de 106,9 milhões de euros. O terceiro lugar é ocupado pelo BPI, instituição que reclama 40,9 milhões de euros e o quarto é o Bankinter, com 22,8 milhões de euros.
O quinto maior credor da Soares da Costa é a Segurança Social, com uma dívida de 20,5 milhões de euros.
O relatório do administrador de insolvência identifica ainda dívidas à Autoridade Tributária de 5,8 milhões de euros.
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Na lista de credores, com quase 600 páginas, contam-se ainda outras instituições bancárias, como o Abanca, com uma dívida de quase 10 milhões de euros e o Bic (agora EuroBic) credor de mais de 11 milhões de euros.
O Santander Totta reclama quase sete milhões de euros à Soares da Costa, de acordo com a lista.
Ainda segundo o relatório do administrador, “à data da insolvência, a empresa tinha cerca de 380 trabalhadores ao serviço” sendo que, explicou, como não foi apresentado um plano de recuperação, “todos os trabalhadores foram despedidos”.
Nas suas conclusões, e depois de examinar a situação da empresa, o administrador de insolvência disse que “a aprovação de um plano de insolvência não se afigura viável”, indicando que “o encerramento da empresa é irreversível” e recomendando que “se deve passar de imediato à liquidação do ativo, dada a existência de créditos a cobrar sobre clientes”.
A assembleia de credores da Soares da Costa aprovou hoje, em Vila Nova de Gaia, a liquidação dos ativos da empresa, avaliados em cerca de 20 milhões de euros, seguindo a indicação do administrador judicial.
“A proposta do administrador judicial, que sou eu, é no sentido de passarmos de imediato à liquidação do ativo, tendo em conta que com o produto da venda dos ativos que foram quantificados em perto de 20 milhões de euros, consigamos, num curto espaço de tempo, ressarcir a maior parte dos credores”, disse hoje aos jornalistas, no Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), Francisco Areias Duarte.
O administrador judicial frisou que “a maior parte dos credores são os trabalhadores, e todos estes ativos, ou quase todos, serão para liquidar os créditos dos trabalhadores, que já há muito tempo estão a sofrer com esta situação”, sendo mais de 1.200 os que reclamam créditos.
“Há vários anos que a empresa não labora, propriamente dito, e então é urgente que se passe à liquidação do ativo e que possamos ressarcir os credores, fundamentalmente os credores trabalhadores”, vincou.
Segundo Francisco Areias Duarte, os trabalhadores reclamaram, no total, 45 milhões de euros de créditos em dívida.
Em 13 de maio, tinha sido proferida pelo Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia uma sentença de declaração de insolvência, depois de a empresa já ter tentado vários processos de recuperação nos últimos anos.
A Soares da Costa foi fundada em 1918 e foi dos maiores construtores civis em Portugal, com presença no estrangeiro e empregadora de mais de oito mil trabalhadores.
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