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O espanhol Bakinter lucrou 184,7 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, aumentando em 19,7% o resultado líquido obtido no período homólogo, “apesar do impacto económico do novo imposto sobre o setor bancário em Espanha”, que se fixou nos 77 milhões de euros, e de “um contexto de mercado não isento de dificuldades”, informou esta quinta-feira a instituição.
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Conforme indicado no comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) espanhola, os resultados do grupo no primeiro trimestre de 2023 foram impulsionados pela “subida das taxas de juro, maiores volumes de negócio e uma atividade comercial mais orientada para produtos de investimento que aportam maior valor para o cliente e que geram paralelamente mais comissões”.
Em termos de balanço e crescimento, Portugal destacou-se das demais geografias. Até março, a unidade nacional do Bankinter mais que duplicou (177%) o resultado antes de impostos para 43 milhões de euros, fruto de uma margem financeira 114% superior à de um ano, do crescimento anual de 17% da carteira de crédito, que já soma 8,4 mil milhões de euros, e do crescimento de 5% dos recursos de clientes, que totalizam 6,6 mil milhões de euros.
Já ao nível global, a instituição liderada por María Dolores Dancausa dá conta de “melhorias importantes no período” em questão, “o que evidencia a rentabilidade e eficiência do negócios, a qualidade dos ativos do banco e uma solvabilidade reforçada”, é apontado.
Olhando para os indicadores dos últimos 12 meses, a rentabilidade sobre os capitais próprios (ROE) aumentou 3,9 pontos percentuais (p.p.) para 13,7%, o rácio de malparado diminuiu 2 pontos base para 2,18%, o rácio de capital CET1 fully loaded alcançou os 12,2% – uma diferença de 4,5 pontos percentuais relativamente ao mínimo de 7,73% exigido ao Bankinter pelo Banco Central Europeu (BCE) – e o rácio de eficiência melhorou para 35,7%, face aos 41,6% homólogos.
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A instituição nota ainda que “importa assinalar que o volume de depósitos continua a estar acima do volume de créditos, com um rácio de 102,6%”. O rácio de cobertura de liquidez (LCR) médio fixou-se nos 198%, menos 35 pontos percentuais.
O grupo espanhol alcançou um resultado antes de impostos de 294,4 milhões de euros, mais 37,4% do que no primeiro trimestre do ano passado, suportado por uma margem financeira de 522,2 milhões de euros, que cresceu 63,2%. Também a margem bruta, referente à diferença entre receitas e custos, aumentou 23,3% para 615,9 milhões de euros (73 milhões da atividade nacional), provindo 22% deste valor de comissões de serviços, que totalizaram 153 milhões até março, um aumento homólogo de 4%.
Já os custos operacionais fixaram-se em 220 milhões de euros, mais 5,7% do que no primeiro trimestre do ano passado, dos quais 122 milhões correspondem a despesa com pessoal, 77 milhões a gastos de administração e 20 milhões a amortizações. Em Portugal, estes custos ascenderam a 23 milhões de euros, representando um incremento de 8% comparativamente com o igual período em 2022.
No que respeita ao balanço, os ativos totais do Bankinter cifraram-se em 105 945,8 milhões de euros, assumindo uma quebra de 4,4% face aos primeiros três meses de 2022. A carteira de crédito global, por seu turno, ascendeu aos 73 074,7 milhões de euros, refletindo um aumento de 5,9%, enquanto em Espanha, especificamente, cresceu apenas 1,7%. No que à nova produção hipotecária diz respeito, neste horizonte temporal, o grupo somou 1,7 mil milhões de euros, mais 2% do que no primeiro trimestre do ano passado.
Quanto aos recursos de clientes de retalho, a instituição bancária dá conta de um volume de 74 262,3 milhões de euros, o que reflete uma descida de 1,2% em relação ao valor registado no final de 2022, “como resultado de uma transferência de depósitos para outros produtos de valor, como produtos de renda fixa ou fundos de investimento”.
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