O rumor surgiu em julho deste ano. Uma notícia da Bloomberg apontava que a chinesa Fosun considerava lançar uma oferta de aquisição sobre parte ou a totalidade do grupo Ageas. O presidente executivo da Ageas detalha que hoje há muito dinheiro disponível no mercado e o grupo pode ser um alvo. Mas uma tentativa de compra hostil dificilmente teria sucesso. E frisa que o plano do grupo é prosseguir com a sua estratégia.
O grupo está em melhor posição para fazer uma aquisição ou para ser um alvo?
Sempre dissemos que se virmos um alvo que tenha interesse para nós… E o foco é nas regiões onde estamos. A Bélgica e Portugal estão definitivamente na nossa agenda. Mais investimento na Ásia e em Não Vida nos mercados onde estamos. São as nossas prioridades. Por exemplo, anunciámos que ter um quarto mercado principal na Europa poderia ser o nosso foco. Excluímos França e Alemanha porque são muito grandes. Sobre sermos um alvo, se olhar para o dinheiro que está disponível no mercado, se a Amazon amanhã quiser comprar uma das grandes seguradoras da Europa, consegue fazer isso. Quanto mais limpo estiver um grupo, menos resistência tem em relação a um parceiro interessado em olhar para ele. Por outro lado, temos uma forma única, através de joint ventures, temos parceiros que são amigos, conhecemo-nos há 15 anos ou mais. Em muitos casos, são ainda as mesmas pessoas em ambos os lados que trabalham juntas. Uma aproximação não amigável seria muito destrutiva em termos de valor. Uma abordagem amigável, ninguém pode excluir. Todos podem estar à venda, mas a nossa estratégia é continuar com a nossa estratégia e os nossos planos. A melhor forma de fazer isso é garantir que continuamos a ser caros.
Quanto tem para aquisições?
Temos 900 milhões em dinheiro e temos capacidade para emitir dívida acima de mil milhões. Pode dizer que podemos ter dois mil milhões para expandir.
Como viu a notícia sobre a Fosun poder comprar a Ageas?
Em primeiro lugar, a Fosun é um acionista. Tem entre 3% e 5%. Então, 35% dos nossos investidores estão baseados nos EUA, 30% no Reino Unido e cerca de 10% na China. O rumor em julho era um rumor. Nunca houve da parte deles nenhuma intenção ou iniciativa concreta de compra.
Estaria disponível para uma abordagem amigável?
Se uma abordagem surgir faz-se o que tem de se fazer. Mas a nossa escolha é estarmos por nossa conta, com o nosso histórico e com a estratégia que definimos e que começámos a comunicar.
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