//BCE deve reduzir volume de compra de ativos e reiterar que inflação é temporária

BCE deve reduzir volume de compra de ativos e reiterar que inflação é temporária

Vários analistas esperam que o Banco Central Europeu (BCE) decida na quinta-feira uma redução do volume da compra de ativos do Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP) e continue a enfatizar a natureza temporária do aumento da inflação.

Além da redução do volume de compras do PEPP e da manutenção da explicação do aumento da inflação, vários analistas também esperam que a reunião do Conselho de Governadores do BCE na quinta-feira forneça mais detalhes sobre o novo quadro estratégico relativo à implementação da política monetária do BCE, anunciado em 8 de julho.

Numa análise hoje divulgada, Franck Dixmier, Global CIO Fixed Income da Allianz Global Investors (AllianzGI) refere que “dado o contexto atual, parece difícil ao BCE justificar a manutenção do ritmo mais elevado de compras de ativos decidido em março no âmbito do PEPP”, porque as condições financeiras na zona euro são agora mais favoráveis, com os juros de longo prazo a caírem na sequência das tensões observadas no segundo trimestre, enquanto as expectativas de subidas de juros se deslocaram para o horizonte de 2024″.

Em outra análise, o Lloyds Bank afirma que se espera que a reunião “se centre na questão de saber se o ritmo de compra de ativos no âmbito do PEPP será escalonado de novo no quarto trimestre”, porque “existe alguma pressão para conter algum estímulo, especialmente depois da inflação da zona euro ter subido para 3,0% em agosto, enquanto o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre também superou as expectativas”.

Contudo o Lloyds Bank precisa que “os comentários dos chefes de alguns bancos centrais do norte da Europa, incluindo o desejo de reduzir as compras de ativos, têm atraído uma atenção significativa do mercado, embora não seja claro o quanto as suas opiniões são partilhadas”.

“A visão central no BCE será provavelmente mais cautelosa, com mais peso atribuído aos riscos relacionados com a variante delta e indicações de que o crescimento global pode estar a ser moderado”, precisa o Lloyds.