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O BCP decidiu não distribuir dividendos aos acionistas, relativos aos resultados de 2022, apesar dos lucros obtidos, e vai pagar quase 10 milhões de euros aos trabalhadores, segundo uma proposta de aplicação de resultados.
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Na proposta, publicada hoje, em conjunto com o relatório e contas do banco relativo a 2022, o BCP indicou que, “apesar das medidas tomadas para fazer face aos impactos inerentes à subsidiária a operar na Polónia na situação financeira consolidada do banco, conjugadas com os resultados gerados organicamente, terem permitido a melhoria dos rácios prudenciais de capital face ao ano anterior”, o banco decidiu ser prudente.
Assim, o Conselho de Administração, em “harmonia com a sua política de dividendos, deve ponderar os potenciais impactos e incertezas associados ao atual contexto económico-financeiro e geopolítico, que recomendam especial prudência e a consolidação dos níveis de solvabilidade como condição prévia para o restabelecimento da almejada distribuição de lucros em linha com as melhores práticas do setor bancário”.
Por isso, o BCP, que registou no exercício de 2022, um resultado líquido consolidado de 207,4 milhões de euros e um resultado líquido individual de 478,4 milhões de euros, resolveu distribuir a aplicação de resultados entre as rubricas de reforço de reserva legal, resultados transitados e para distribuição pelos colaboradores.
A instituição recordou também que, entre 2014 e 2017, foi alterado o acordo coletivo de trabalho, permitindo que os colaboradores “aceitassem uma redução temporária de remuneração, o que foi feito com o objetivo de viabilizar o processo de recuperação do banco e contribuir para o cumprimento das exigências impostas” ao BCP “para receber ajudas de Estado”.
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Essa alteração previa que nos anos seguintes, “havendo resultados para tal”, seria submetida à assembleia-geral de acionistas uma “proposta de distribuição de resultados pelos colaboradores que, no conjunto dos anos, permitisse a entrega de um valor global acumulado, pelo menos igual ao valor total não recebido pelos colaboradores durante o período de redução temporária de remuneração”.
Assim, depois de o BCP terminar o reembolso do financiamento público recebido, acrescido dos respetivos juros, em fevereiro de 2017, as assembleias-gerais anuais seguintes aprovaram “a afetação de parte dos resultados dos exercícios para distribuição por colaboradores, remanescendo um valor de 9.972.000,00 euros para perfazer o referido valor global acumulado”.
A proposta prevê que o montante concreto atribuído a cada colaborador seja “fixado pela Comissão Executiva, sendo liquidado juntamente com a remuneração correspondente a junho de 2023”.
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