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No primeiro trimestre do ano, o Millennium BCP reestruturou 6500 créditos à habitação, dos quais “650 foram ao abrigo do diploma” do governo que força a banca a renegociar os empréstimos sempre que a taxa de esforço supere os 36%, anunciou esta segunda-feira o presidente executivo do banco, Miguel Maya, durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre do ano.
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O CEO do BCP revelou ainda que o banco está preparado para aplicar já esta terça-feira a medida do executivo que permite a bonificação de até 75% do acréscimo dos juros nos empréstimos com taxa variável até 250 mil euros para compra de habitação própria e permanente: “Amanhã [dia 16 de maio] cá estaremos a iniciar o processo de bonificação dos juros”.
O Ministério das Finanças já tinha adiantado que a partir de 16 de maio, ou seja, esta terça-feira, as instituições financeiras já teriam as condições técnicas e informáticas para receber os pedidos por parte dos mutuatários e proceder à aplicação da bonificação dos juros.
O Dinheiro Vivo questionou a tutela, liderada por Fernando Medina, sobre o ponto de situação do processo, mas ainda não obteve resposta.
Questionado se o BCP vai acionar mais medidas para proteger as famílias face à subida vertiginosa das taxas de juros, tal como fez a Caixa Geral de Depósitos (CGD), Maya disse apenas: “Não temos cartas na manga”.
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O CEO do BCP afirmou que “tem este tema já há muito tempo estudado”. “Quando se perspetivou o aumento das taxas de juro, começámos a pensar em soluções para apresentar aos clientes, não ficámos à espera do governo”, destacou. “Para proteger os clientes e assim protegendo o banco, temos apresentado soluções”, reforçou o banqueiro.
“A preocupação do BCP não é repor a prestação” antes da subida das taxas de juro, “é perceber cada caso em concreto qual a melhor alternativa para o cliente”, defendeu Miguel Maya. Deste modo, o banco tem “ajustado o serviço de dívida à capacidade financeira do cliente e não é diferindo para a ultima prestação, é diferir a parte necessária desse aumento dos juros, dos encargos para um momento de maior normalização dos juros e diluindo ao longo do empréstimo”, esclareceu o CEO do Millennium, revelando que, “na larga maioria das situações, tem sido possível encontrar soluções equilibradas”.
Em relação à posse de imóveis por incumprimento do crédito, o BCP conseguiu vender 35 milhões de euros, no primeiro trimestre. Mas, neste momento, o banco já não está a receber mais fogos. “Fruto deste esforço para corresponder às necessidades dos clientes, o número de processo de toma de imóveis reduziu-se substancialmente face a 2018”, sem, contudo, relevar números.
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