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O Millennium BCP tem mais de 700 clientes a beneficiarem da bonificação dos juros, numa média que ronda os 37 euros, informou esta quinta-feira o presidente executivo do banco, durante a conferência de imprensa para apresentação dos resultados semestrais.
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Recusando-se a tecer comentários sobre se a medida é demasiado restritiva, o gestor apenas disse que “é um tema que não compete ao banco, mas sim ao Governo” – este é que deve “considerar se está ajustada ou não”. Miguel Maya reforçou que o BCP procura apenas “executar com rigor o diploma”.
Já em relação às reestruturações efetuadas nos primeiros seis meses do ano, o CEO da instituição financeira indicou que foram renegociados 9600 contratos de crédito à habitação, 1885 dos quais ao abrigo do decreto-lei n.º 80-A/2022, apontando que o Millennium renegociou “bastante mais” do que aquilo que o diploma impõe.
“Tivemos a preocupação de analisar todas as situações apresentadas pelos clientes e encontrar soluções”, destacou.
Com o aumento da taxa diretora do Banco Central Europeu (BCE), as prestações a pagar ao banco vão voltar a subir, levando a que mais clientes sintam uma maior dificuldade. E Miguel Maya reconheceu: “Olhando para o todo não há um problema, olhando para casos concretos, obviamente que há problema.”
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O presidente executivo reafirmou o compromisso do banco com esses clientes. “A nossa obrigação, quer no segmento das famílias, quer no segmento das empresas, é encontrar soluções que permitam ultrapassar este período mais desafiante, tal como fizemos com enorme no sucesso no tempo da pandemia.”
No entanto, é “uma ficção pensar que ninguém fica para trás”, ressalvou, explicando que “há sempre uma situação ou outra” que não é possível resolver.
Sobre o tema da taxa fixa, o CEO salientou que o BCP há muito que a oferece e que esta está contemplada em todas as propostas que apresenta aos seus clientes. Apontou, aliás, que antes de as taxas de juro começarem a subir, aproximadamente 30% dos créditos contratados com o banco nos últimos anos já tinham uma componente de taxa fixa.
Quanto à produção deste ano, os contratos a taxa fixa já se aproximam dos 50% da carteira do Millennium. “Portanto, o que quer que diga o Governo ou o ministro das Finanças [quanto à obrigatoriedade de os bancos oferecerem taxa fixa] não altera nada no BCP”, rematou.
Questionado sobre o atraso na remuneração dos depósitos a prazo, o presidente executivo rejeitou a ideia de aproveitamento por parte das instituições financeiras, frisando que “os bancos não aproveitaram, os bancos beneficiaram”.
Maya justificou que em “momentos de transição, há este efeito”, recordando, por último, que, quando as taxas de juro passaram a negativas em 2014, o BCP também teve de suportar os encargos dos depósitos contratados a uma taxa positiva e que, agora, trata-se do inverso.
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