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Depois de abrir o primeiro escritório internacional na Suíça, em agosto, a BI4ALL procura novas geografias para reforçar a sua representação internacional e há, pelo menos, dois países no radar: a Polónia e a Chéquia.
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A revelação é feita por Luís Laginha, chief growth officer (CGO) da BI4ALL, em conversa com o Dinheiro Vivo. O gestor, que é um dos principais responsáveis pelo modelo de trabalho nearshore enquanto pilar basilar do negócio da empresa, ressalva que nenhuma decisão foi tomada ainda.
A consultora tecnológica portuguesa especialista no tratamento e análise de dados para terceiros tem um plano de internacionalização em curso desde o verão deste ano. Luís Laginha refere que “esta expansão” integra uma estratégia “contínua”, mas o que está pensado ao dia de hoje – será uma primeira fase, que pode sofrer “adaptações” – é para cumprir até 2025.
Que vantagens oferecem a Polónia e a Chéquia para serem possíveis localizações de novos escritórios internacionais da empresa? “A nossa expansão está muito baseada em dois eixos: a expansão comercial – a Suíça está claramente nessa vertente — e a expansão de delivery centers [escritórios de proximidade] noutros lugares. As duas estão a acontecer em paralelo”, explica o CGO da BI4ALL.
Para acolher ou um delivery center ou um escritório comercial, a Polónia surge como uma possibilidade por ser “um mercado bastante desenvolvido na vertente de IT [sigla inglesa para tecnologias da informação]”. Além disso, a empresa tem há algum tempo naquele país “alguns trabalhadores” e “contactos” estabelecidos. Quanto à Chéquia, Luís Laginha diz que se trata de um país “geograficamente muito bem localizado”, embora seja “um mercado mais pequeno”.
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Estas são duas possibilidades para o futuro da empresa. O responsável da BI4ALL não entra em detalhes sobre os próximos passos, mas admite que “está em cima da mesa” a continuação da expansão internacional ocorrer através de aquisições. Tudo dependerá das “necessidades que existem” e se há vontade em “acelerar adquirindo alguma empresa”.
“Pode fazer sentido numa vertente de ter mais pessoas disponíveis e também numa vertente comercial”, afirma, acautelando que tal “tem sempre de ser estudado com cuidado”. Afinal, apesar de desenvolver projetos à escala internacional desde que foi criada, em 2004, “a internacionalização é um passo dado pela primeira vez” na BI4ALL e, segundo Luís Laginha, qualquer decisão não pode colocar em causa a cultura da empresa e a confiança conquistada dentro e fora de portas.
Expansão só na Europa, para já
Foi em junho deste ano que a consultora anunciou que estava a trabalhar num plano de internacionalização e o motivo da aposta está na crescente procura pelos serviços da BI4ALL.
De acordo com Luís Laginha, “há hoje uma quantidade de dados gigantesca e há cada vez mais fontes de dados a gerarem dados a toda a hora”, o que cria uma dificuldade às empresas em “processar todos os dados disponíveis e retirar algum valor deles”.
Ou seja, torna mais complexa a transformação de informação em conhecimento para a tomada de decisão das organizações. É aí que entram em jogo empresas como a BI4ALL, que numa altura de “acelerada transformação digital” oferecem serviços de analítica com dados a todo o tipo de setores económicos.
A BI4ALL, realça o CGO, aposta na prestação de serviços através de um modelo nearshore. Como funciona isso? Disponibiliza equipas, num modelo de outsourcing, às empresas que contratam os serviços da empresa. “É o mais apropriado para trabalhar clientes internacionais”, nota o gestor, explicando que permite “escalabilidade e flexibilidade”, isto é, adaptar o serviço às necessidades da empresa-cliente.
A necessidade de expansão internacional surge porque a BI4ALL começa a sentir a necessidade de ter equipas fisicamente mais próximas dos mercados trabalhados, por um lado. Por outro, para aproveitar a crescente procura estimulando comercialmente o negócio, e também para encontrar talentos e expertise noutras zonas do globo.
“Temos planos e pretensões de crescer bastante porque estamos a assistir a muita procura no mercado por empresas como a nossa, muito especializadas e com um modelo nearshore“, comenta.
“Com a nossa expansão vamos ser cada vez mais globais. Trabalhamos muito a região EMEA [Europa, Médio Oriente e África], mas também temos tido mais pedidos para trabalhar noutras regiões, como na América do Norte”, revela. Por isso, para já, a consultora reserva o objetivo de abrir novos escritórios internacionais apenas na Europa (fora de Portugal).
20 milhões em 2022
O investimento na internacionalização andará, para já, “à volta dos dois milhões de euros”, indica o gestor, notando que o negócio lá fora pesa “entre 55% a 60%” do volume de negócios total.
Segundo Laginha, a BI4ALL deverá fechar o ano de 2022 com um volume de negócios global de 21 milhões de euros, tendo 11,5 a 12 milhões origem nos clientes internacionais. Em junho, a previsão para as receitas de 2022 era de 23 milhões.
A BI4ALL conta com cerca de 400 profissionais, entre Lisboa, Porto, Macedónia do Norte, Polónia e Brasil, de acordo com Laginha, não havendo ainda um plano fechado para recrutamentos no próximo ano.
A consultora trabalha com “setores muito diversos”, mas são as áreas farmacêutica e medtech, da energia e indústria que mais procuram os seus serviços. Entre os clientes da BI4ALL encontra-se o grupo Johnson & Johnson, em projetos de escala mundial, ou o Crédito Agrícola, à escala nacional.
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