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O Aeroporto de Faro vai ter uma nova cobertura cuja construção está a cargo da Blocotelha. O projeto, adjudicado pela ANA ao consórcio liderado pela empresa de Porto de Mós, mas que conta ainda com a construtora Casais, está orçado em 16 milhões de euros e um prazo de execução de 24 meses. Deverá estar concluído em abril de 2024.
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Com uma vasta experiência em projetos aeroportuários, este distingue-se pela “grande exigência e complexidade técnica” da obra, já que prevê a reposição de uma cobertura com 30 mil metros quadrados, mantendo a aerogare a funcionar. “É um desafio que exige um desempenho qualitativo e técnico muito elevado, um planeamento muito rigoroso e uma vigilância constante”, diz o diretor comercial da empresa, Erico Ferraria.
Pioneira do sistema de “coberturas autoportantes” no mercado nacional, a empresa está hoje vocacionada para responder a “projetos complexos, de elevada exigência técnica e grande dimensão”, em que a estrutura metálica tem o principal papel. No caso do Aeroporto de Faro, a nova cobertura será composta por 370 toneladas de estruturas metálicas, produzidas no polo industrial da Blocotelha.
Com projetos em mais de 30 países, tão variados como a Arena Futuroscope de Viena, o Centro de Exposição de La Coruña ou a nova Unidade de Valorização Energética para resíduos de Ivry/Paris, a empresa inclui no seu portefólio obras no Terminal Sul do Aeroporto de Orly (França), Aeroporto Internacional de Ivato (Madagáscar) e nos aeroportos do Porto e de Beja, além do Terminal Norte e Terminal de Carga do Aeroporto de Lisboa.
Com 85 milhões de vendas em 2022, a empresa aposta nos vários PRR europeus para continuar a crescer a dois dígitos
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Fundada em 1976, a Blocotelha é uma empresa familiar que pertence ao grupo Mekkin (palavra japonesa que significa família), com sede em Porto de Mós que, além da metalomecânica, atua na indústria química (Capobol) e na engenharia (Poligreen). Com três fábricas em Portugal e uma em Marrocos, além de sucursais no Reino Unido, França e Argélia, a Blocotelha dá emprego a mais de 500 pessoas e contribuiu, em 2022, com 85 milhões para a faturação total de 250 milhões de euros do grupo.
Para 2023 as perspetivas são de um crescimento de 10 a 12%, e o objetivo é manter, nos próximos anos, um desenvolvimento a dois dígitos, tirando partido dos grandes projetos de investimento em infraestruturas e ferrovia nos principais países europeus, à boleia dos planos de recuperação e resiliência e da “bazuca” europeia. E não só. “A Europa vai querer reindustrializar-se, face ao passado recente e aos constrangimentos que a pandemia e a crise das matérias-primas causaram, traduzindo-se num processo inflacionário”, lembra Erico Ferraria.
Portugal e os países europeus são os principais mercados da Blocotelha, que exporta 70% do que produz, com especial destaque para Espanha, Bélgica, França e Reino Unido, embora a empresa tenha também forte presença no Norte de África, que pretende manter. E a Alemanha, que está a iniciar um grande plano de investimento público a quatro anos, é outro dos mercados a que a empresa estará particularmente atenta, sendo que a sua experiência em construções metálicas é transversal a várias atividades, do nuclear à indústria, passando pelas infraestruturas, logística, ambiente, escritórios ou habitação.
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