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A Bosch quer ser o mais autónoma possível ao nível dos gastos de energia e está, por isso, apostada em cobrir todos os telhados das suas fábricas, mas também, eventualmente, os parques de estacionamento com painéis fotovoltaicos. Um investimento que já arrancou, com a instalação de centrais nas unidades de Braga e Aveiro, com uma capacidade de produção anual estimada de 1,7 e 1 megawatt-hora, respetivamente. “Queremos dar o nosso contributo ao nível da diminuição da pegada de carbono”, diz o responsável pela Bosch em Portugal. Carlos Ribas admite que este é um projeto para os próximos anos e que, embora ainda não totalmente orçamentado, “irá ultrapassar os cinco milhões de euros”.
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Segundo este responsável, a Bosch é já hoje, um grupo neutro em carbono, na medida em que “compramos apenas energia verde e pagamos os nossos créditos de carbono quando assim tem que ser”. Além disso, está já a produzir a sua própria energia em muitas das suas unidades pelo mundo e “Portugal não quis ficar atrás”. Carlos Ribas explica que a intenção é que “tudo o que seja área passível de cobrir com painéis fotovoltaicos, incluindo os parques de estacionamento, irá ser feito nos próximos anos”. Até 2030, a casa-mãe pretende investir mil milhões de euros para impulsionar a eficiência energética das suas unidades em todo o mundo.
O primeiro investimento deste género do grupo em Portugal aconteceu na fábrica de Aveiro, já o ano passado, com a inauguração de um parque fotovoltaico, com cerca de 17.000 m2 e uma produção anual estimada em 1,680 MWh. Além de permitir a redução de cerca de 700 toneladas de emissões de CO2, a nova central assegura 20% das necessidades energéticas da fábrica.
Já em Braga, acaba de ser feita uma instalação de 8.000 m2, com uma capacidade de produção anual de 1 MWh, sendo que, os dois novos edifícios que irão nascer neste parque industrial terão já, também painéis fotovoltaicos, além de que irão “aproveitar a geotermia do terreno” para aquecimento do edifício.
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Carlos Ribas admite que oito mil m2 numa área total coberta de 75 mil m2 é “muito pouco ainda”, mas sublinha que este é um processo em marcha. Tal como em marcha está, também, o fim do uso de gás natural nas fábricas em Portugal, um uso que é residual e quase só referente às cantinas de Braga e de Ovar. Na fábrica de Aveiro, onde são produzidos esquentadores e caldeiras, a Bosch está a experimentar a injeção de até 20% de hidrogénio na rede de gás natural.
“Temos clientes a exigirem que os seus produtos sejam desenvolvidos de forma 100% verde, sem uso de quaisquer combustíveis fósseis, o que é um desafio interessante e nos obriga a andar ainda mais depressa na nossa aposta nas energias verdes”, sublinhou Carlos Ribas, em conferência no Porto a propósito da apresentação dos resultados de 2021.
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