Partilhareste artigo
A Bosch mantém a sua aposta no mercado português, onde conta com três fábricas em Braga, Aveiro e Ovar, e um centro de serviços em Lisboa. A competitividade das unidades portugueses no seio do grupo é uma mais-valia, garante o representante da Bosch em Portugal. Carlos Ribas é perentório: “As nossas fábricas não ficam a dever nada a quaisquer outras em qualquer parte do mundo”. A competir, na indústria automóvel com unidade industriais na Alemanha, Hungria, Roménia, França ou Espanha, “Portugal é o país mais competitivo da Europa dentro do grupo”, acrescenta Javier González Pareja, presidente do grupo em Portugal e Espanha.
Relacionados
A multinacional alemã está, por isso, a investir na expansão das suas unidades em Portugal. Em Aveiro, onde produz esquentadores, caldeiras e bombas de calor, pretende criar 300 novos postos de trabalho, até ao final de 2024, para a nova linha de produção de bombas de calor a hidrogénio. Cem destes deverão ser contratos ainda em 2023.
Mas é em Braga, cuja fábrica se dedica à área das soluções de mobilidade e que contribui com mais de 60% da faturação grupo em Portugal – 1,04 milhões de euros em 2021, dos 1,7 mil milhões de faturação total -, que o investimento é maior. São 34 milhões de euros para a construção de dois novos edifícios, o primeiro dos quais, destinado à área produtiva, num total de 15 mil metros quadrados, arrancou já há duas semanas. No final do ano, arrancarão as obras de um edifício de escritórios, de três pisos e com uma área total superior a seis mil metros quadrados, que servirá de apoio à produção e ao desenvolvimento de novos produtos. Uma expansão que levará à contratação, no próximo ano de 800 a 1000 pessoas para a unidade de Braga.
Este ano, o grupo anunciou já que pretende contratar mais 350 engenheiras para as suas áreas de investigação e desenvolvimento, que se juntam aos 250 que empregou em 2021. Carlos Ribas reconhece a pressão sobre o mercado de trabalho, mas garante que as parcerias com as universidades do Minho, do Porto e de Aveiro no desenvolvimento de projetos de investigação – uma área em que o grupo já investiu, em Portugal, mais de 300 milhões de euros e registou mais de 90 patentes – são uma mais-valia para a captação de jovens licenciados.
Subscrever newsletter
“Onde há talento a Bosch vai buscá-lo. E tudo é importante, mas há três fatores fundamentais [para atrair os jovens]: um bom salário, para terem uma qualidade de vida mínima; uma chefia que os saiba motivar e cativar, e o projeto certo que os apaixone. Cumprindo estas três vertentes fundamentais, eles ficam connosco”, garantiu este responsável, que esteve no Porto a apresentar os resultados da Bosch em 2021 e as perspetivas para 2022.
A aposta na investigação e desenvolvimento é uma das grandes razões de sucesso das fábricas portuguesas no seio do grupo. São já quase mil os colaboradores da Bosch em Portugal nas áreas de I&D. “”Todas as unidades do grupo em Portugal têm I&D, a capacidade de industrializar essa investigação e de produzir os artigos com profissionais portugueses”, destaca Javier González Pareja, sublinhando que a Bosch opera diretamente em mais de 60 países e “poucos são” aqueles cujas unidades têm fabrico e investigação. Esta é, por isso, uma área de aposta, dado que tem gerado “resultados comprovados”.
A comprovar esta especial apetência pela investigação está o facto de a fábrica de Braga ter triplicado a sua faturação nos últimos quatro anos, muito graças ao desenvolvimento de projetos de inovação que estão hoje a ser produzidos nesta unidade para todo o mundo. É o caso do optical bonding, que hoje assegura 30% da faturação desta unidade industrial, que começou por ser desenvolvido para os automóveis da série 7 da BMW. “Hoje, 80% dos painéis de instrumentos dos carros produzidos no mundo saem de Braga”, sustenta Carlos Ribas.
Deixe um comentário