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O BPI obteve lucros de 256 milhões de euros na primeira metade do ano, subindo 26% os 203 milhões registados no igual período do exercício anterior, informou esta sexta-feira o banco, em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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Enquanto a atividade em Portugal contribuiu com 199 milhões de euros para o resultado líquido – num crescimento de 130% em relação ao primeiro semestre de 2022 -, os bancos de Angola (BFA) e Moçambique (BCI) assistiram com 41 e 17 milhões de euros, respetivamente.
João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI, destaca, citado no documento, que o banco “mantém uma posição financeira sólida e uma capitalização confortável, a par de um forte dinamismo comercial” que “tem permitido ganhar quota de mercado no crédito às famílias e empresas e aumentar a rentabilidade”.
A sustentar as contas até junho de 2023, esteve, sobretudo, o crescimento de 50% do produto bancário comercial, que se cifrou em 594 milhões de euros.
Nesta rubrica, a margem financeira, referente à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos, disparou 85% para 435 milhões, alicerçada na subida das taxas de juro e no crescimento do volume de crédito. O montante poderia ser maior, não fosse a “penalização do aumento do custo dos depósitos e das emissões de dívida”, refere a instituição.
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Também as comissões líquidas se mostraram em trajetória ascendente, com as receitas obtidas a ascenderem a 147 milhões de euros, mais 2% do que nos primeiros seis meses do ano passado. “Para este resultado contribuiu a abertura de novas contas, o volume de crédito, as operações de dívida de empresas e a comercialização de fundos e seguros de capitalização”, pode ler-se.
Em relação à despesa, os custos operacionais do BPI agravaram-se 13% em termos homólogos, para 250,5 milhões de euros, tendo os custos com pessoal, em concreto, aumentado cerca de 7%, totalizando os 122,8 milhões. No final do primeiro semestre deste ano, a instituição liderada por Oliveira e Costa contava com 4378 colaboradores e 272 balcões.
Crédito sobe e depósitos descem
Ao contrário da maioria dos bancos que já apresentaram resultados, o BPI viu a sua carteira de crédito a clientes (bruta) aumentar 4% até junho para 29,8 mil milhões de euros – o que traduz uma diferença homóloga de 1,1 mil milhões.
Daquele montante, 14,4 mil milhões correspondem a empréstimos para compra de habitação. O banco nota que, apesar de o stock ter subido 5%, a contratação deste tipo de créditos caiu 19% face ao período homólogo, em consequência da “menor procura de mercado”.
No segmento empresarial também se registou uma evolução positiva de 2%, com o montante total de empréstimos a ascenderem aos 11,2 mil milhões de euros.
Quanto à qualidade dos ativos, o rácio de NPL (sigla para a expressão em inglês non-performing loans) do BPI – respeitante ao crédito malparado – situava-se, em junho do ano corrente, nos 2% e a cobertura por imparidades e colaterais nos 152%.
Os depósitos de clientes, por seu turno, diminuíram 4%, para 28,6 mil milhões de euros, embora tenham entrado poupanças compreendidas em 230 milhões no segundo trimestre.
Ao todo, os recursos totais de clientes conheceram um decréscimo de 4%, totalizando os 37,5 mil milhões no final do mês seis.
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