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O BPI arrancou o segundo trimestre deste ano com moratórias ativas correspondentes a 4,5 mil milhões de euros, das quais apenas 1,8 mil milhões de euros de capital e juros, o que representa 17% da carteira de crédito, de acordo com a informação enviada pelo banco ao regulador do mercado de capitais, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), nesta segunda-feira, 10 de maio.
No final do primeiro trimestre deste ano, 98% das moratórias de crédito que o banco detinha, ou seja 5,6 mil milhões de euros, estavam em “situação regular”. Deste montante global, 2,5 mil milhões de euros correspondiam a crédito à habitação, estando igualmente 98% em situação regular; 2,8 mil milhões de euros diziam respeito a crédito a empresas e 97,4% estavam em situação regular. Por fim, 0,3 mil milhões de euros correspondiam a créditos pessoais e financiamento automóvel, estando 97,8% em situação regular.
No final do primeiro trimestre terminaram as moratórias privadas, o que significa que, quem aderiu a este mecanismo teve de começar a pagar os empréstimos a 1 de abril. O BPI, em comunicado, nota que “no início de abril terminaram moratórias correspondentes a 1,2 mil milhões de crédito – dos quais mil milhões de euros de crédito à habitação”. A instituição financeira acrescenta que é “de registar o bom comportamento dos créditos após retomarem as obrigações de pagamento, semelhante ao desempenho global da carteira de crédito”.
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Assim, o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa, nota também que “a 1 de abril permaneciam moratórias ativas correspondentes a 4,5 mil milhões de euros – das quais apenas 1,8 mil milhões de euros de capital e juros -, representando 17% da carteira de crédito”.
No que diz respeito ao fim das moratórias privadas, que terminaram a 31 de março, a Associação Portuguesa de Bancos (APB), numa audição parlamentar, a 20 de abril, indicava que a situação está “sob controlo”.
“Até agora o impacto o impacto é muito reduzido. A informação recolhida aponta para um número muito baixo de situações atingidas pelo fim das moratórias e os bancos, neste momento, consideram que a situação está sob controlo”, assegurou então o presidente da APB, Faria de Oliveira, assegurando que os bancos têm trabalhado com os clientes para evitar eventuais incumprimentos.
“Os bancos têm realizado um grande trabalho de acompanhamento detalhado em relação à situação que se vive em termos de particulares”, com questionários diretos aos clientes
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O presidente executivo do BPI, em entrevista ao Dinheiro Vivo, no mês passado, abordou a questão das moratórias públicas, terminam a 30 de setembro, e começou por assinalar que: “as moratórias são um mecanismo com uma lógica de curto prazo e devem manter essa característica”.
“Há aqui outra vertente que se enquadra no sistema bancário europeu. Não é aconselhável, quer para os bancos quer para os clientes, que possam registar-se incumprimentos ou imparidades ou até reestruturações fora desse quadro. Uma reestruturação marcaria uma situação nova no cliente, prejudicial para futuros negócios de crédito. O que eu acho é que não devíamos falar em setembro, mas sim agora. O tema é encontrar soluções agora. Os empresários vivem de expectativas e confiança, não podemos ficar à espera de setembro para ver o que acontece”, acrescentou.
O BPI revelou esta segunda-feira ao mercado que obteve 60 milhões de euros em lucros no primeiro trimestre do ano.
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