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O arranque do ano estava a ser positivo para a evolução dos lucros da banca, mas o BPI não acompanhou a tendência. Após o Santander e o Novo Banco terem reportado subidas expressivas nos resultados, o BPI anunciou uma queda de 18% do resultado líquido no primeiro trimestre do ano.
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De janeiro a março, o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa atingiu lucros consolidados de 49 milhões, um número que compara com os 60 milhões registados em igual período de 2021. Olhando só para a atividade em Portugal, o resultado líquido ascendeu a 28 milhões, menos 48% face ao período homólogo. A instituição financeira justificou a queda do lucro pela inclusão no primeiro trimestre de 2021 de ganhos extraordinários de 23 milhões de euros com a venda de carteiras de crédito malparado.
Apesar da quebra do lucro, o gestor notou tendências favoráveis. “A atividade foi bastante positiva, com crescimento dos proveitos e ganhos de quota em todos os segmentos comerciais. Além disso, ao mesmo tempo, tivemos custos bastante contidos, apesar dos investimentos na área digital.”
A margem financeira manteve-se estável nos 113 milhões de euros, suportada pelo crescimento do volume de crédito, enquanto o produto bancário comercial registou um crescimento de 4%, situando-se nos 189 milhões de euros. Já as comissões aumentaram 12%, com o banco a encaixar 71,2 milhões. Apesar desses aumentos, as imparidades líquidas de recuperações constituídas no primeiro trimestre agravaram-se para 20 milhões, penalizando os resultados.
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Na conferência de imprensa, João Pedro Oliveira e Costa revelou que o BPI vai reservar 24 milhões de euros para fazer face aos efeitos da guerra na Ucrânia. O responsável explicou que dos 500 milhões de imparidades totais, há uma almofada de 72 milhões relativa à pandemia que não está alocada. E que, deste bolo, “cerca de um terço será reservado para fazer face a esta situação”.
Ao contrário do BPI, esta semana o Novo Banco anunciou que tinha duplicado os lucros para 142,7 milhões no primeiro trimestre do ano. A redução de imparidades em 74% para 14,3 milhões de euros e o aumento de 9,6% das comissões para cerca de 70 milhões contribuíram para a melhoria dos resultados.
Na semana passada, o Santander também divulgou que tinha fechado o trimestre com lucros de 155,4 milhões, mais do que o quádruplo face ao mesmo período do ano passado. Uma melhoria explicada pelos custos extraordinários com o processo de reestruturação assumidos no primeiro trimestre do ano passado – de 164,5 milhões de euros – que ajudaram na comparação homóloga.
Além destes fatores, também as comissões deram uma ajuda significativa aos resultados de ambos os bancos. No caso do Novo Banco, o valor recebido com a prestação de serviços a clientes aumentou quase 10% face ao mesmo período do ano passado, para 68,8 milhões de euros. Já o Santander encaixou mais 23% em comissões, obtendo 119 milhões.
Para já, a tendência é positiva. Mas falta ainda conhecer os números da CGD – que apresenta contas a 12 de maio – e também do BCP, que deverá divulgar os resultados a 16 deste mês.
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