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Os efeitos da escalada das taxas de juro já se fazem sentir no BPI. No segundo semestre do ano passado, o banco presidido por João Pedro Oliveira e Costa registou uma diminuição da contratação de créditos para comprar casa, face ao ano anterior. E a previsão para 2023, afirmou esta sexta-feira o gestor, é de que o abrandamento da procura continue a assolar a instituição, especialmente se mais subidas se confirmarem por parte do Banco Central Europeu (BCE).
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O “inverno” já chegou em janeiro e a expectativa é de que o número de novos empréstimos à habitação este ano se situe em níveis inferiores, equiparados aos de 2019/2020. Mas esta não é a única consequência do aumento da Euribor. Apesar de não estar a assistir, até agora, a “nenhuma alteração nos padrões de incumprimento”, o BPI acredita que o cenário se possa vir a alterar.
Segundo revelou o gestor, apenas um terço da carteira de clientes do banco com este tipo de crédito está abrangida pelo novo regime do PARI (Plano de Ação para o Risco de Incumprimento). Até à data, apenas 1%, correspondentemente a pouco mais de dois mil clientes, contactaram o banco e são elegíveis. Deste universo, já 25% (cerca de 500) negociaram melhores condições.
A procura por soluções foi “muito pequena”, mas, mesmo que este tipo de casos se multipliquem, a instituição garante ter preparado “uma máquina interna” para dar resposta à totalidade dos pedidos, inclusive para os que não apresentem risco de incumprimento. Para esses, o BPI compromete-se a “analisar o caso e apresentar soluções”.
“A máquina divide-se em duas formas de abordagem”, explicou o CEO. A primeira em soluções padronizadas, que têm sido aplicadas entre 70% a 75% dos clientes que procuram o banco. A segunda, que serviu os restantes consumidores, consiste numa “mesa de negociação” que permite uma maior “personalização e cuidado acrescido”.
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“O banco não tem qualquer intenção de executar absolutamente crédito nenhum, só mesmo em caso muito extremo. Vamos optar por esgotar todas as soluções no crédito à habitação”, assegurou Oliveira e Costa.
Ainda no sentido da repercussão da subida das taxas diretoras do BCE, o banco português indicou ter registado um aumento de 25% da amortização antecipada dos créditos à habitação nos últimos três meses, embora os números mensais sejam reduzidos. “Há vontade e concretização nesse sentido”, acrescentou o líder do BPI.
Ainda que as taxas de juro tenham subido de forma galopante, a remuneração dos depósitos a prazo não acompanhou a evolução – algo que o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, já considerou “inadequado”.
Questionado pelos jornalistas sobre quando é que o BPI tenciona começar a remunerar os depósitos, que até agora estão nos 0%, João Pedro Oliveira e Costa respondeu que “em breve”, embora sem “conseguir dizer quando”.
A instituição revelou não ter verificado saídas ao nível dos depósitos até ao momento e recordou que “sempre se financiou principalmente nessa carteira”. Por esse motivo, disse o CEO, o BPI irá “acompanhar o mercado”, uma vez que não quer que os clientes fujam para os certificados de aforro, que estão em fevereiro a remunerar a 3,4%.
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