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A fusão avaliada em 18,6 mil milhões de euros entre a MásMóvil e a Orange está a ser investigada pela Comissão Europeia. Após ter sido notificada, Bruxelas anunciou esta segunda-feira que a análise ao negócio resultou na aberta de uma “investigação exaustiva”.
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“A Comissão receia que a operação possa reduzir a concorrência de serviços de banda larga fixa e móvel, bem como as ofertas multiple-play [serviços em pacote] em Espanha”, lê-se na nota publicada.
Na análise preliminar, Bruxelas concluiu que “a Orange e a MásMóvil são concorrentes próximos no mercado espanhol” e que uma fusão “pode diminuir o número de operadores em Espanha, eliminando-se um concorrente inovador e importante”. Por isso, os técnicos da Comissão Europeia suspeitam que a concretização da fusão levará a “preços mais elevados e a uma menor qualidade dos serviços”. Acresce que o gigante que pode resultar desta fusão vai retirar espaço a potenciais operadores móveis virtuais (MVNO), que em muitos casos colocam no mercado ofertas de baixo custo para os consumidores como alternativa aos grandes players.
A fusão foi anunciada em julho de 2022, mas Bruxelas só foi notificada a 13 de fevereiro deste ano, sendo que no início de março as autoridades espanholas remeteram o caso para a Comissão Europeia, ao abrigo do artigo 9.º do Regulamento de Fusões da União Europeia.
A Comissão Europeia tem até 21 de agosto de 2023 para tomar uma decisão sobre a fusão entre a MásMóvil e a Orange.
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A Orange é o segundo maior operador de telecomunicações em Espanha e a MásMóvil é o quarto. A fusão entre a Orange e a MásMóvil, se aprovada, vai dar lugar a uma joint-venture detida em 50% por cada um dos operadores. Quando foi anunciada, antecipava-se que combinar o negócio de ambas daria origem a sinergias de mais de 450 milhões de euros por ano, a partir de 2027, considerando que a fusão esteja concluída até ao final de 2023.
Não obstante, a ação de Bruxelas poderá impor a criação de condições aos dois operadores para que a fusão se concretize.
Em Portugal, a MásMóvil detém a Nowo, operador que está em processo de aquisição pela Vodafone Portugal. Negócio ainda está a ser avaliado pelos reguladores, mas a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) já pediu à Autoridade da Concorrência (AdC) a imposição de remédios para que a operação receba luz verde. A decisão final cabe à AdC.
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