A Comissão Europeia vai passar a controlar os investimentos estrangeiros em empresas que afetam a “segurança e a ordem pública”, tais como meios de comunicação e empresas de processamento de dados. Segundo o espanhol El País, Bruxelas quer proteger os interesses europeus no que diz respeito a investimento estrangeiro, dando contudo a última palavra a cada Estado-membro.
O crescente investimento chinês em empresas europeias tem colocado em alerta a Comissão Europeia, que tinha já criado o documento, mas agora está prestes a colocá-lo em ação.
Este controlo de Bruxelas tem como objetivo as empresas dos setores “chave” de cada país, como a energia, a água, a saúde, as comunicações, o transpores, os meios de comunicação (serviços culturais), as empresas de processamento e armazenamento de dados e ainda as infraestruturas financeiras.
O processo de avaliação
Para que a Comissão Europeia possa enviar o parecer, terão que ser cumpridos três passos. Em primeiro lugar, o país que for receber o investimento terá que apresentar a Bruxelas toda a estrutura acionista da empresas que vai efetuar o investimento; o montante e os países da UE que poderão estar implicados nessa operação. Posteriormente, a Comissão emite um comunicado para que os Estados-membros possam analisar o investimento e verificar se de algum modo ficarão prejudicados com a entrada desse capital. Em terceiro e último lugar, terá que ser verificado se o investimento estrangeiro está em conformidade com os interesses da União Europeia. Em todo o caso, a ultima palavra sobre qualquer investimento, será de cada país onde é feito esse investimento.
A criação deste sistema de escrutínio que garantir mais transparência neste tipo de operações. Já foi aplaudido pela Alemanha, França e Itália, mas outros países como a Espanha e Dinamarca estão mais céticos.
Realidade europeia
O avanço do investimento chinês tem sido uma realidade na Europa e há vários exemplos. A gigante chinesa Cosco Shipping Ports comprou 51% do terminal de contentores do Porto de Valência. Em Portugal, a chinesa China Three Gorges passou a ser uma das maiores acionistas da EDP.
Só no último ano, o investimento de empresas estrangeiras na UE ultrapassou os 200 mil milhões de euros. Os maiores investidores são a Rússia e a China, sendo que maior parte do capital investido (60%) ficou concentrado no Reino Unido, Alemanha e França.
Os setores que mais procuram investimento estrangeiro na Europa são os setores das manufaturas (22%), o setor financeiro, (14%) e o setor mineiro (13%), indústrias de transporte e logística (11%), energia (10%)e meios de comunicação (8%).
Este sistema está agora a ser analisado por todos os Estados-membros.
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