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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já reestruturou o crédito à habitação de 3600 clientes, revelou esta quinta-feira o presidente executivo da instituição, Paulo Macedo, durante a conferência de imprensa para apresentação dos resultados de 2022.
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O banco público abriu cerca de 37 mil processos no âmbito do Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI) e renegociou, até à presente data, os empréstimos de 3600 famílias. Deste total, dois mil foram sinalizados e objeto de alterações antes do decreto-lei.
Segundo apontou o gestor, estas reestruturações aconteceram sob forma de alargamento do prazo do contrato, mudança do indexante (que pode variar entre três, seis e 12 meses) e negociação do spread, tendo sido a última opção aplicada em mais de 500 casos, que “estavam com a taxa de esforço nos limiares”.
“Diria que não tivemos grande afluxo aos balcões do banco, inclusive antes de o decreto entrar em vigor”, resumiu o líder do banco.
Dos clientes que compõem a carteira da CGD, apenas 10% possuem crédito a habitação – e todos estes foram contactados, afirmou Paulo Macedo, garantindo a constante preocupação do banco em saber se os consumidores estariam ou não abrangidos por aquele regime ou se estariam a passar dificuldades.
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Ainda que existam famílias que viram a taxa de esforço ser ultrapassada e que procederam à renegociação, há também, por outro lado, clientes que, mesmo ultrapassando aquele que deveria ser o teto máximo da prestação mensal da casa, decidem não fazê-lo “ou porque têm poupanças, património ou outros rendimentos”, explicou o CEO.
Por detrás deste número – “menor do que o esperado”, indicou o presidente executivo – está também o recurso à amortização do crédito.
As contas da carteira de crédito à habitação da Caixa Geral de Depósitos apontam, ao momento, para 81 mil euros de valor médio dos empréstimos, 52 mil euros de dívida para contratos celebrados entre 1981 e 2003, e prestações de 299 euros.
Perante esta cenário, o banco diz ter “uma situação controlada, com algumas famílias em dificuldades que fazem [reestruturação] e outras que não” e assegura estar atento às flutuações das taxas de juro.
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